Em seu discurso na Cúpula do Clima, evento virtual organizado pelo governo dos Estados Unidos para discutir questões ambientais, o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu com as ações necessárias para zerar até 2050 as emissões dos gases de efeito estufa e acabar com o desmatamento ilegal até 2030. O líder, porém, destacou a importância do auxílio internacional e do apoio financeiro das nações mais ricas e empresas para alcançar os objetivos.
“Determinei que nossa neutralidade climática seja alcançada até 2050, antecipando em dez anos a sinalização anterior”, disse. Sobre o desmatamento, se comprometeu a fortalecer a vigilância. “Apesar das limitações orçamentárias do governo, determinei o fortalecimento dos órgãos ambientais do governo, duplicando os recursos destinados às ações de fiscalização”, afirmou, em uma clara mudança de tom diante das cobranças internacionais por maior colaboração.
Bolsonaro, no entanto, destacou que a redução do desmatamento será uma tarefa difícil. “Há que se reconhecer que será uma tarefa complexa”, disse.
A promessa de neutralizar as emissões de carbono até 2050 é um avanço em relação ao anunciado anteriormente, já que no acordo climático o governo brasileiro previa esse objetivo apenas em 2060. A meta de acabar com a prática totalmente até 2030, porém, já havia sido anunciada pelo governo em 2015, no Acordo de Paris.
Bolsonaro começou seu pronunciamento destacando a “vanguarda” brasileira no enfrentamento às mudanças climáticas. O presidente afirmou que o país é atualmente responsável por menos de 3% das emissões de carbono mundial e tem “uma das agriculturas mais sustentáveis do planeta”.
“Historicamente o Brasil é voz ativa na construção da agenda ambiental global. Renovo hoje essa credencial, respaldada tanto por nossas conquistas até aqui quanto pelos compromissos que estamos pronto a assumir frente às gerações futuras”.
O presidente afirmou que precisa de “pagamento justo” por ter tantos biomas importantes sob sua custódia, mas que está aberto à cooperação internacional. “Contem com o Brasil”, disse.
O presidente dos EUA, Joe Biden, não acompanhou o discurso de Jair Bolsonaro. Antes da fala do presidente argentino, Alberto Fernández, o democrata pediu licença por alguns instantes para deixar o local.
Com informações Veja