Dois ex-diretores e um ex-chefe de segurança do presídio de Caçador, foram presos na terça-feira (18) pelos crimes de tortura, corrupção passiva e concussão. Segundo a Polícia Civil, presos, funcionários e familiares de detentos estão entre as vítimas dos suspeitos.
Conforme o delegado Adriano Delfino, responsável pelas investigações, os crimes ocorreram entre 2012 e 2018, quando os três atuavam na unidade prisional. A reportagem entrou em contato com as defesas dos presos, mas até esta publicação não conseguiu resposta.
Dois deles já estavam afastados desde abril. Ambos respondem por um inquérito de improbidade administrativa movido pelo Ministério Público de Santa Catarina. O ex-chefe de segurança já cumpria pena pelo crime desde novembro.
Já Felipe Carlos Filipiacki estava exercendo até terça o cargo de agente prisional em Joaçaba. Ele chegou a ser diretor do presídio de Caçador e foi posteriormente transferido para a Penitenciária Agrícola de Chapecó, onde também atuou como diretor. Em Chapecó, ele foi exonerado do cargo em setembro depois que a companheira dele foi flagrada dirigindo uma viatura do Departamento de Administração Prisional (Deap) sem habilitação e sem utilizar o cinto de segurança.
Segundo Delfino, desde o começo do ano corria em paralelo ao inquérito civil o inquérito criminal contra os três. Ao menos 28 pessoas sofreram tortura dos três, conforme a investigação da Polícia Civil.
O caso foi encaminhado ao Judiciário. O Departamento de Administração Prisional confirmou em nota as prisões. “Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC) informa que os agentes penitenciários Felipe Carlos Filipiacki e Antônio Cícero de Oliveira foram presos em cumprimento a mandados de prisões expedidos pela Comarca de Caçador nesta terça-feira (18). As prisões são resultado de um processo de investigação realizado pelo Ministério Público e Polícia Civil de Santa Catarina e está sendo acompanhada pela Corregedoria-Geral da SJC, que está auxiliando no que é requisitada. Todas as medidas legais e administrativas já foram tomadas no âmbito da Secretaria e os detalhes do processo cabem aos órgãos que iniciaram a investigação”.
Com informações G1 SC