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‘Disse que não se arrepende e faria de novo’, conta delegado sobre autor de chacina em creche

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A Polícia Civil de Santa Catarina concluiu o inquérito relacionado ao ataque contra a creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, no Vale do Itajaí, onde quatro crianças foram assassinadas no dia 5 de abril. O resultado do trabalho foi apresentado em uma coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, dia 17.

O autor foi indiciado por quatro homicídios consumados, com as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa das vítimas e por elas serem menores de 14 anos. Ele também foi indiciado por mais cinco tentativas de homicídio, com as mesmas qualificadora.

Foram mortos Bernardo Pabest da Cunha e Enzo Marchesin Barbosa, ambos de 4 anos, Bernardo Cunha Machado, de 5 anos, e Larissa Maia Toldo, de 7 anos.

Todos estavam brincando no pátio da instituição particular de ensino infantil quando o autor, de 25 anos, chegou no local em uma moto, pulou o muro da escola e golpeou as vítimas na cabeça com uma machadinha. Após o crime, ele se entregou à polícia e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no dia seguinte.

O delegado Ronnie Esteves, coordenador da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau, disse que as autoridades fizeram um levantamento completo sobre a história de vida do autor, ouvindo várias testemunhas, incluindo a mãe dele, que confirmou que o filho era usuário de drogas e tinha alucinações devido ao uso de entorpecentes.

O delegado relatou que o autor contou detalhes de como praticou o crime, “disse que não se arrependia e que faria de novo”. Ronnie também questionou por que escolheu crianças como alvo. “Ele disse que as crianças eram alvos mais fáceis, correm devagar e teria condições de alcança-las […]. É uma pessoa que de fato não tem nenhuma condição de viver em sociedade”, completou o delegado.

Percurso e armas do crime

O assassino saiu de casa por volta das 8 horas da manhã do dia 5 de abril e chegou a pensar em invadir duas escolas antes de entrar na creche, mas não fez vítimas nos locais porque sentiu dificuldade de entrar devido ao muro alto.

Em seguida, foi na academia, realizou exercícios físicos por cerca de meia hora e partiu para a creche, chegando no local às 8h47, onde permaneceu por apenas 20 segundos, matando as quatro crianças.

Além de uma machadinha, com 42 centímetros de comprimento, o autor utilizou um canivete com 11 centímetros de lâmina, informou ainda a Polícia Civil.

Em seguida, o homem saiu com a motocicleta e andou por vários quilômetros até parar em um posto de combustível em frente ao Batalhão da Polícia Militar, onde comprou uma água e um cigarro e se entregou à PM.

Exame toxicológico

A Polícia Civil informou que o laudo toxicológico do homem apontou as presenças de cocaína e cocaetileno, substância formada no fígado após a metabolização de álcool e cocaína, além de benzoilecgonina, principal metabólito da cocaína, formado pelo fígado e excretado na urina.

“Ele era usuário de cocaína, e tinha cocaína no sangue dele, agora a gente não pode presumir se ele fez uso na hora ou no dia anterior, por conta de metabolização”, disse o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.

Análise de perfil

O delegado-geral disse que uma produção de conhecimento é realizada para traçar o perfil psicológico e uma análise de perfil das redes sociais, “para que possamos identificar condutas e comportamentos para realizarmos ações com caráter preventivo, identificando suspeitos de atos como esse”. Ele também adiantou que serão iniciados projetos de caráter preventivo em escolas catarinenses.

 

Notícias falsas

Ulisses ainda reforçou o pedido para que a população deixe de propagar informações falsas nas redes sociais. Desde o dia do crime, diversos compartilhamentos indicando possíveis outros crimes estão circulando em aplicativos de conversa e outras redes sociais.

“Desde o dia 5 nós estamos enfrentando uma enxurrada de fake News, e isso tem nos preocupado muito porque essas notícias falsas têm causado pânico na população. Nós poderíamos estar investigando crimes, que eventualmente podem acontecer, e temos que estar investigando fake news, isso enseja o mesmo trabalho que uma investigação complexa”, lamentou.

“Pedimos à população, não só catarinense, mas de todo o Brasil, que não divulgue informações falsas, busque nos sites dos governos, das polícias e organismos de imprensa sólidos e reconhecidos, as informações verídicas […]. É importante que tenhamos essa consciência: cuidado com as informações que você repassa”, orientou.

 

Com informações Oeste Mais 

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