A Polícia Civil de Caçador deu maiores detalhes sobre o caso da filha, acusada de matar a própria mãe com a ajuda do ex-namorado e da prima. A morte de Elenir Aparecida Ribeiro aconteceu no dia 3 de março.
A jovem, Valéria Ribeiro da Silva, de 23 anos, teria conseguido os medicamentos com Leandro Matheus Alves Negretti, de 24 anos, e aplicado na mãe, que era portadora de necessidades especiais. Priscila de Fátima Ribeiro, de 24 anos, sobrinha da vítima, teria participado do crime.
O início das investigações
Segundo o delgado Fabiano Locatelli as investigações sobre o caso iniciaram após o desaparecimento de um tio de Valéria. Agenor Régis Ribeiro Filho, de 42 anos, supostamente sabia do crime e também pode ter sido vítima da sobrinha. Até agora ele ainda não foi encontrado.
Durante as investigações e entrevistas com pessoas da família, a polícia teve informações de que havia algo de errado com a morte de Elenir. Foi então que os fatos sobre a morte da mulher começaram a ser descobertos.
A Polícia Civil conseguiu um áudio gravado por Valéria onde ela e o ex namorado, Leandro, conversam dias após o crime. Nele, a principal autora do crime afirma que se não matasse a mãe, não conseguiria reatar com o ex. Leandro fala que tinha conhecimento que o medicamento que forneceu a Valéria poderia matar a mãe se aplicado em maior dosagem. Ele também afirma que o medicamento saiu do corpo da vítima 12 horas após o crime, o que não deixaria que descobrissem o crime cometido.
O motivo
O principal motivo do crime seria que Valéria não queria cuidar da mãe. Após o nascimento da filha, Elenir apresentou dificuldades e necessitava de cuidados especiais. Até o final de 2015 ela era cuidada pelo pai, avô de Valéria. Por motivos de saúde os cuidados com a mãe foram passados para Valéria e também para Priscila, que recebia uma quantia em dinheiro para ajudar a prima.
No áudio que a polícia teve acesso, Valéria diz que se não matasse a mãe não conseguiria reatar com o ex namorado.
Confissões
Com a prisão dos três acusados a polícia conseguiu a confissão de Priscila e também de Leandro.
Priscila contou em depoimento a Polícia Civil que sabia que a prima queria matar a mãe e que o medicamento usado foi fornecido por Leandro. Ela afirmou que o motivo do crime seria que Valéria não queria cuidar da mãe que precisava de cuidados especiais. Ela também contou que durante o dia do crime passou o tempo todo com Valéria acompanhando a morte de Elenir.
As duas assistiram a vítima agonizando por ajuda por mais de três horas. Depois de uma hora que Elenir estava morta, as duas teriam chamado os Bombeiros Voluntários para forjar um suposto socorro. Durante este meio tempo Valéria entrou em contato com Matheus o tempo todo. O jovem negou isso em seu depoimento e disse não conversar com a ex namorada há algumas semanas, mas chamadas do celular de Valéria comprovaram o contato durante o crime.
Em seu depoimento Leandro disse desconhecer o motivo de Valéria ter solicitado o medicamento. Ele também afirmou que a jovem só contou o real motivo do uso do medicamento após a morte da mãe e usou isso para ameaça-lo. Segundo o delegado Fabiano Locatelli as provas apontam o contrário. Leandro saberia sim que a filha queria matar sua mãe e também que o medicamento fornecido não deixaria rastros.
Os três suspeitos serão indiciados por homicídio duplamente qualificado já que impossibilitaram a defesa da vítima e motivo torpe.