O corte do Governo Federal de cerca de 30% para universidades federais divulgado na semana passada pode acarretar em sérios problemas para o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), câmpus Caçador. O corte de recursos irá implicar diretamente na manutenção da unidade.
De acordo com o coordenador de Relações Externas, William Peres, ainda não dá pra se ter uma certeza no que irá impactar. Entretanto, pode comprometer contratos de manutenção, água, luz, limpeza e até mesmo segurança.
“Esse corte irá implicar na manutenção do câmpus, desde as mais básicas até as mais complexas. Isso porque os IFSC’s já trabalham na contenção de despesas e desde 2016 não é dado aumento real e suprimir mais recursos é impedir o funcionamento”, disse.
Reitoria emite nota sobre o bloqueio de recursos
O Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), divulgou na última terça-feira (30) o bloqueio de aproximadamente 30% no orçamento de universidades e institutos federais. Diante desse cenário, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) vem a público esclarecer que a medida surpreendeu a todos da área educacional, já que o bloqueio de recursos no IFSC soma R$ 23,5 milhões fazendo com que a instituição, a partir do segundo semestre, paralise algumas atividades fundamentais à formação.
Com 22 câmpus, hoje o IFSC atende mais de 50 mil estudantes no estado de Santa Catarina, atuando desde a formação inicial continuada (cursos de qualificação), educação de jovens e adultos (Proeja), ensino médio técnico, cursos técnicos subsequentes, formação de professores, cursos superiores (graduação), e pós-graduação (especializações e mestrados).
A Reitoria informa que muitas atividades ligadas aos alunos, tais como ensino, pesquisa e extensão, terão que ser paralisadas, pois com o recurso que será disponibilizado, o Instituto não conseguirá finalizar o ano letivo. Desde 2016 o orçamento que o IFSC tem para a continuidade de suas ações é o mesmo. Ou seja, não houve incremento nenhum.
Para manter as atividades formativas, o IFSC já vinha priorizando as atividades que impactam diretamente o aluno, de modo que um montante quase 40% inferior inviabiliza a instituição. Com a confirmação do bloqueio, as primeiras consequências serão a não continuidade dos pagamentos de contratos terceirizados de limpeza e segurança, água, luz, insumos para aulas práticas, manutenção para equipamentos laboratoriais, cancelamento de visitas técnicas e assim por diante – prejudicando alunos e a sociedade em geral.
O IFSC sempre trabalha com enfoque no aluno. A partir desse bloqueio anunciado pelo MEC, a instituição passará a lidar com mais aulas teóricas. Esta precarização não forma na perspectiva do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Com trabalhadores menos qualificados, o mercado de trabalho perde, a economia enfraquece, a cultura desaparece do cotidiano, o desenvolvimento do país estaciona e retrocede. Dessa forma, o IFSC sente esse impacto não só na vida das 50 mil pessoas diretamente atendidas nas salas de aula, além das outras 500 mil indiretamente atendidas pela extensão e centenas de empresas parcerias na pesquisa aplicada. Em última análise, está em jogo o desenvolvimento do Brasil.
Sempre defendemos que a educação é fundamental, assim como a democracia e a autonomia das instituições. É preciso trabalhar para o país desenvolver e não aceitamos que ele retroceda. O entendimento nesse contexto em que a educação tem um corte de R$ 5,8 bi é: educação não deve ter corte algum, na medida que se está tirando a oportunidade das pessoas melhorarem e do País desenvolver. Não só os alunos do IFSC que serão prejudicados; e sim uma cadeia toda de melhoria, de desenvolvimento econômico e social que o país, com os If e instituições públicas têm possibilidade de superar.
Onde tem IFSC?
Araranguá, Canoinhas, Caçador, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Florianópolis – Continente, Garopaba, Gaspar e Itajaí, Jaraguá do Sul-Centro, Jaraguá do Sul -Rau e Joinville, Lages, Palhoça, São Carlos, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, São José, Tubarão, Urupema e Xanxerê.