Corpo de pescador encontrado em SC é identificado após 11 anos: ‘sossego ao coração’

Notícia Hoje

Notícia Hoje

As informações mais atualizadas de Santa Catarina, do Brasil e do Mundo!

Compartilhe

Era março de 2011 quando Francisco Evonildo da Costa saiu do Ceará com destino à Bahia. Desde então, a família nunca mais havia recebido notícias do pescador em 11 anos de uma longa agonia, que só acabou em maio deste ano, com a ajuda de peritos de Santa Catarina.

Após o desaparecimento, o corpo de Francisco percorreu cerca de três mil quilômetros até ser encontrado em uma praia de São Francisco do Sul, no Litoral Norte de Santa Catarina, em 2015. Na época, porém, não foi possível identificar o pescador, mas a amostra do material genético dele foi enviada para o Setor de Genética Forense em busca de respostas.

Apesar dos anos, a família nunca desistiu de encontrá-lo, tanto que a filha de Francisco, Sanny Kelly da Costa, foi quem descobriu a existência da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Com isso, o órgão pericial do Rio Grande do Norte, onde a família reside atualmente, coletou o material biológico da filha, que também foi catalogado no Ceará, onde Francisco havia sido visto pela última vez.

Depois, a amostra ainda foi inserida no Banco Nacional de Perfis Genéticos para ser confrontada com os materiais compartilhados por outros estados, incluindo restos mortais não identificados, como aqueles do corpo encontrado em 2015, em São Francisco do Sul.

“A partir das amostras de DNA de Francisco, colhidas e catalogadas em Santa Catarina, e dos materiais biológicos coletados de seus familiares, o sistema da Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos apontou uma compatibilidade genética entre os restos mortais e a amostra da filha Sanny”, destaca o perito criminal Clineu Uehara, responsável pela gestão do Banco Estadual de Perfis Genéticos em Santa Catarina.

Por meio do trabalho integrado entre as Perícias Oficiais de Santa Catarina, do Rio Grande do Norte e do Ceará, os peritos do caso confirmaram a identificação considerando o contexto histórico e as características físicas e antropológicas. No dia 18 de maio a família recebeu a notícia que, embora triste, “trouxe sossego ao coração”, como disse a viúva Mônica Soares.

Clineu Uehara destaca que o Programa Conecta, da Polícia Científica de Santa Catarina, vem desenvolvendo o trabalho de identificação de pessoas desaparecidas a partir da coleta de DNA de familiares antes mesmo da Campanha Nacional. Em relação a perfis de referência direta, o que inclui os familiares de desaparecidos, o Estado ocupa a 6ª posição, com 410 perfis genéticos inseridos no Banco Nacional.

“Além de comprovar o potencial do banco de perfis genéticos na identificação de pessoas desaparecidas, o caso do pescador Francisco mostra a importância desse trabalho na vida das pessoas. Muitas outras famílias brasileiras convivem com o sofrimento causado pela falta de informações sobre um ente querido”, lamenta Clineu.

A Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas é uma iniciativa coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em parceria com os estados. Prestes a completar um ano, já ajudou, além de Mônica e Sanny, outras 57 famílias a identificar o paradeiro de familiares. A meta é reconhecer os mais de 26 mil restos mortais sem identificação no país.

O perfil genético da família só é retirado do banco após a identificação. Isso permite que novas buscas possam ser feitas à medida que os cadáveres e as pessoas de identidade desconhecida sejam cadastrados. Se a pessoa que desapareceu for encontrada, a família será avisada pela Delegacia ou pelo Instituto Médico Legal.

Com informações ND Mais 

Receba notícias, diariamente.

Salve nosso número e mande um OK.

Ao entrar você está ciente e de acordo com todos os termos de uso e privacidade do WhatsApp