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Com pressão do dólar, preço do diesel deve subir a partir de setembro

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Pivô da greve dos caminhoneiros – que paralisou o país durante 11 dias entre maio e junho e que refletiu negativamente em diversos setores da economia – o preço do diesel deve voltar a pesar no bolso dos consumidores. É o que consideram especialistas do mercado ouvidos pelo G1.

Após três meses congelado, o preço de referência do diesel – aquele praticado pelas refinarias – volta a ser reajustado neste sábado (1º) com base na nova metodologia de cálculo divulgada no começo da semana pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) – e esse aumento deve se refletir nas bombas.

“[O aumento no preço] não tem nada a ver com a nova fórmula. O preço de comercialização do diesel considera o câmbio e o preço do petróleo, que é em dólar. Na medida que temos o preço do petróleo subindo e o dólar já acima de R$ 4, haverá um aumento substancial do preço do diesel em reais”, afirmou o diretor da Plural, associação que representa as distribuidoras de combustível, Leonardo Gadotti.

Especialista em petróleo, o sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Adriano Pires, corrobora com a análise de Gadotti.

“Independentemente da nova resolução da ANP, como o dólar foi a R$ 4, o preço do diesel subiu muito no mercado. Então, aqueles 30 centavos não estão sendo suficiente para cobrir os custos das distribuidoras”, avaliou Pires.

Questionado sobre qual deve ser o valor do aumento nas bombas, o presidente da Plural disse não ser possível prever. “A gente vai ter que esperar o dia [do reajuste] para saber. Eu não posso fazer esse cálculo. Mas, a continuar como está, deve ter aumento sim”, ratificou Gadotti.

A ANP disse que só divulgará o novo preço de comercialização do diesel na sexta-feira (31).

Procurada para comentar os possíveis efeitos da nova fórmula no preço de comercialização do diesel, a assessoria da Petrobras informou, por telefone, que a companhia “ainda está avaliando as mudanças”.

Diferença será paga pelo consumidor

O congelamento do preço de referência do diesel foi parte decisiva da negociação do governo federal para pôr fim à greve dos caminhoneiros. Para não causar prejuízos às refinarias e distribuidoras, o governo garantiu subsidiar em até R$ 0,30 por litro do combustível até o dia 31 de dezembro deste ano.

Segundo Adriano Pires, do Cbie, “o governo continuará cumprindo o acordo com os caminhoneiros”, ou seja, manterá o subsídio de R$ 0,30, valor pago pelo Tesouro às refinarias e distribuidoras. Além disso, fica mantida a redução de mais R$ 0,16 a partir da dedução de impostos que incidem sobre o combustível.

“O preço na bomba nesse período não variou porque não houve aumento acima dos R$ 0,30”, lembrou o presidente da Plural. Porém, com a nova escalada do câmbio e do preço do barril de petróleo, a diferença entre o preço de referência e o preço de comercialização – o praticado nas bombas – “estourou em muito e já não é mais suficiente para cobrir o prejuízo das distribuidoras. Então, a diferença vai para o consumidor’, ressaltou.

‘De volta à estaca zero’

A mudança na fórmula de cálculo do preço de referência do diesel partiu de uma cobrança das distribuidoras. Porém, a nova metodologia não atenderá às expectativas, segundo adiantou o presidente da Plural, Leonardo Gadotti.

Segundo o executivo, o pedido para mudança do cálculo partiu “basicamente daquelas [distribuidoras] que importam o produto”. O Brasil produz 70% do diesel que consome, e os outros 30% são importados.

“As distribuidoras pediam que a fórmula considerasse os custos de transferência do produto dos portos até a região de comercialização. Sob esse aspecto, o pedido foi atendido. O problema que surgiu é que se estabeleceu na fórmula um custo menor de logística e excluiu a margem de remuneração das importadoras. Assim, voltou à estaca zero. A fórmula existe, mas não incentiva ninguém a buscar o produto lá fora”, ressaltou Gadotti.

O presidente da Plural destacou que, diante desta nova metodologia de cálculo, “as empresas não querem importar”. Ele avaliou que “ou isso levará ao desabastecimento, ou a Petrobras vai ter que importar na marra”. Por conta disso, ele defende nova revisão da fórmula.

Com informações G1

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