O deputado do MDB Valdir Cobalchini apresentou o primeiro projeto do não na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc): trata-se de um texto que, se aprovado, vai permitir que os motoristas dirijam a qualquer velocidade nas rodovias estaduais catarinenses, inclusive acima do limite sinalizado nas estradas. O argumento usado pelo parlamentar para justificar a proposta é que os radares são meramente arrecadatórios, punitivos e não educativos. O texto ainda precisa tramitar internamente na casa.
Um levantamento feito pela reportagem da CBN Diário no site do Detran e a partir de dados públicos apontou que desde 2014 até agora, Cobalchini cometeu pelo menos 36 infrações de trânsito, a maioria delas, sendo 28 por excesso de velocidade. As infrações somam 172 pontos na Carteira Nacional de Habilitação do deputado. Dentre as irregulares, já 13 multas por trafegar com velocidade acima de 20% superior ao limite da via; 9 por excesso registrado entre 20% e 50% do máximo da estrada; 5 por dirigir com velocidade 50% maior que o limite; e uma por não reduzir a velocidade em área de controle feito por agente de trânsito.
Em entrevista ao Direto da Redação-Segunda edição, desta segunda-feira, 11, Valdir Cobalchini disse que nenhuma das 28 infrações por excesso de velocidade foram cometidas por ele.
“Eu desafio que me mostrem que eu estava conduzindo estes veículos. O carro estava apenas em meu nome, portanto eu tenho que pagar estas multas”, comentou o deputado do MDB.
A Polícia Militar Rodoviária, por sua vez, não concorda com o projeto nem com o argumento da falta de caráter pedagógico dos radares no Estado. O comandante da corporação, tenente-coronel Evaldo Hoffmann, disse que não foi sequer consultado pelo deputado para a elaboração do texto e afirmou que esses equipamentos, além de flagrarem veículos a mais de 200km/h nas rodovias catarinenses, ajudam a educar os condutores.
“Desde quando assumi o comando da Rodoviária, determinei a proibição do uso de radares ocultos, camuflados ou invisíveis. Esses equipamentos ajudam a identificar os excessos cometidos pelos motoristas e as punições, que podem ser até uma prisão em flagrante, têm caráter pedagógico sim”, disse o comandante.
Com informações CBN Diário