Os carros de até R$ 120 mil terão redução nos impostos de fabricação, conforme anunciou o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), nesta quinta-feira (25). A medida faz parte do objetivo do governo federal em reduzir o preço dos automóveis populares.
De acordo com o R7, a alíquota que incide sobre a fabricação deve passar por uma redução no valor de venda, que deve variar de 1,5% a 10,79%, dependendo do modelo do carro.
Segundo o vice-presidente, o governo deve cortar impostos como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e Pis/Cofins para realizar a redução. Atualmente, o modelo mais barato vendido no país está na faixa de R$ 68 mil. Com o possível desconto, o valor pode baixar para cerca de R$ 60 mil.
Segundo o vice-presidente, o governo vai levar em consideração três fatores para aplicar os descontos, entre eles o preço do automóvel. De acordo com ele, quanto mais barato for o carro, maior será o desconto.
“O carro mais barato hoje é de quase R$ 70 mil. Queremos reduzir esse valor. Os outros [automóveis mais caros] também terão redução. Mas o carro… Quanto menor, mais acessível, maior será o desconto do IPI e PIS/Cofins. O primeiro item é social, para você atender mais a essa população que está precisando mais”, afirmou Alckmin.
Formas de desconto no preço dos carros
Além disso, o vice-presidente disse os descontos serão aplicados a veículos que emitem menos gases poluentes e a carros que cuja maior parte das peças tenha sido fabricada no Brasil.
“O segundo [fator] é eficiência energética, é quem polui menos. Você premia e estimula a eficiência energética, os carros que poluem menos, com menor emissão de CO2. E o terceiro é a densidade industrial. O mundo inteiro hoje procura fortalecer sua indústria. Se eu tenho uma indústria em que 50% do carro são de peças feitas no Brasil, isso vai ser levado em consideração”, explicou.
“Vamos ter uma metodologia, combinando preço mais barato [dos carros mais populares], eficiência energética e densidade industrial, para colocar esse desconto no preço do veículo”, reforçou o vice-presidente, acrescentando que o governo vai propor uma norma para que seja possível comprar um carro novo diretamente da indústria, sem a intermediação de uma concessionária, o que pode aumentar o desconto no preço final do automóvel.
Alckmin informou que as medidas devem ser oficializadas em duas semanas. Segundo ele, o Ministério da Fazenda pediu 15 dias para fazer os estudos necessários.
Os atos serão concretizados com a elaboração de um decreto e de uma medida provisória, ato que tem força de lei e entra em vigor assim que é publicado no DOU (Diário Oficial da União).
Alckmin participou na manhã desta quinta de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e representantes do setor automotivo.
Segundo o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Márcio de Lima Leite, é “muito possível” que as medidas do governo reduzam o valor de venda dos carros para a faixa dos R$ 60 mil.
“O preço, cada montadora tem sua política. Mas, pelos números que vêm sendo apresentados, é muito possível termos preços abaixo de R$ 60 mil. Hoje, com as reduções tributárias que estão em discussão e o esforço conjunto de todo o setor, é bem possível que tenhamos. Mas isso é uma questão que cada montadora, que cada fabricante tem sua política.”
*Com informações do R7