Uma escola estadual que ficava em uma comunidade quilombola no interior da cidade de Campos Novos, foi demolida sem autorização da SED (Secretaria de Estado da Educação). A denúncia da demolição foi feita pelos próprios moradores da comunidade.
A demolição da Escola de Educação Básica José Faria Neto aconteceu na última quinta-feira (1º). Ela ficava na Comunidade Remanescente do Quilombo Invernada dos Negros.
A unidade havia sido fechada devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e as aulas permaneciam de maneira remota. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Motivos da demolição
Uma máquina levou abaixo toda a estrutura do local, que atendia cerca de 100 estudantes dos ensinos fundamental e médio. Também havia aulas de educação para jovens e adultos da comunidade quilombola.
A unidade de ensino foi construída na década de 1970 com recursos públicos sobre o terreno de uma empresa, que é a principal suspeita pela demolição. Em nota, a SED reforça que não autorizou a demolição.
“A SED está apurando as informações e documentos a respeito da demolição e, caso necessário, tomará as medidas cabíveis”, diz a nota.
Há uma nova unidade escolar construída a cerca de 500 metros da antiga, que está atendendo toda a comunidade local, inclusive a quilombola.
Segundo o delegado Márcio Maciel, responsável pelo caso, ainda não há prazo para as oitivas das partes envolvidas acontecerem.
Deputada repudia ação
A deputada estadual Luciane Carminatti (PT) disse que buscou explicações junto à Secretaria de Estado da Educação e à comunidade para entender o motivo da demolição.
Para a parlamentar, a empresa que demoliu agiu de forma “arbitrária” ao derrubar um prédio público.
“Vamos protocolar um pedido de providências ao Ministério Público, visto que a comunidade quilombola tem vínculo com aquele espaço de educação”, explica.
Com informações ND Mais