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Caixa lança crédito imobiliário com juro a partir de 2,95% mais inflação 

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A Caixa Econômica Federal lançou, nesta terça-feira, 20, uma linha de crédito imobiliário corrigida pelo IPCA, índice oficial de preços, com o argumento de que o novo financiamento vai reduzir os juros para a compra da casa própria, embora o indicador seja considerável mais instável que o TR (Taxa Referencial), usada hoje.  

Segundo a Caixa, o saldo devedor será atualizado pelo IPCA, a exemplo do que ocorre com o TR, hoje zerada. As mudanças valem para o SFH (Sistema Financeiro de Habitação), para imóveis até R$ 1,5 milhão e que permite o uso do FGTS e para o SFI (Sistema Financeiro Imobiliário), para aqueles acima desse valor e sem a possibilidade de uso do fundo.  

 Taxa mínima para esta nova linha, oferecida a clientes com o melhor perfil de risco, será de IPCA +2,5% ao ano, enquanto a máxima ficará em IPCA + 4,98% ao ano. Hoje, o banco, que detém mais de 70% do crédito habitacional do país, cobra juros de 8,5% a 9,75% ao ano mais TR nas principais linhas de créditos imobiliário no Programa Minha Casa Minha Vida, os juros são menores;  

Os contratos poderão ter prazo de até 360 meses e valor máximo financiado 80%.  

Para especialistas, a oscilação do IPCA pode tornar o financiamento mais arriscado e caro ao cliente, principalmente pelo longo prazo do crédito, o contrato pode ter duração de 35 anos. O IPCA é mais agressivo, respondendo mais rapidamente a alguma turbulência econômica. A TR é menos instável e hoje está zerada. O saldo devedor, portanto, não sofre correção na prática.  

A mudança foi aprovada em reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional realizada na última semana.  

Com a nova linha de crédito, a Caixa quer emprestar mais, ancorando-se numa possibilidade de empacotar esse crédito e vendê-lo a investidores que vão avaliar se vale correr o risco de inadimplência de clientes, em vez de optar pela segurança de um título público que, hoje, remunera IPCA mais 3% ao ano, em média.  

Recentemente, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, estimou que poderá emitir até R$ 100 bilhões em papéis lastreados com financiamentos imobiliários. No primeiro ano, esse número seria de R$ 10 bilhões.  

Cálculos conservadores indicam que a Caixa poderia dobrar sua carteira de crédito habitacional, passando dos atuais R$ 449 bilhões, no primeiro trimestre deste ano, para quase R$ 1 trilhão.  

Com informações Folha de São Paulo

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