Faleceu, na manhã deste sábado, 10, aos 90 anos de idade, Onélio Francisco Menta, ex-prefeito de Caçador por três vezes.
Menta, como era conhecido, estava acamado há algum tempo por conta de diversas complicações de saúde.
A sua última aparição pública foi em junho de 2015, quando um livro sobre sua biografia foi lançado pela jornalista Mariana Piacentini.
O prefeito Saulo Sperotto anunciou que o Município vai decretar luto oficial por três dias pela morte de Menta.
O corpo de Menta será velado na Câmara Municipal a partir das 13h e o enterro acontece neste domingo, às 10h.
Biografia
Onélio Francisco Menta nasceu em 11 de agosto de 1926. Primeiro filho homem de Anunciata e Olímpio Menta, tem mais dois irmãos – Olmar e Olmiro – e seis irmãs: Hilda, Elzira, Iracema, Irene, Iolanda e Eunice. Viveu alguns anos no interior do Rio Grande do Sul e estudou até os 11 anos de idade, indo então residir em Passo Fundo, onde serviu o Tiro de Guerra. Em 1949/50, em Passo Fundo, foi um dos fundadores do PTB, sendo presidente da ala jovem do partido, ajudando a eleger Getúlio Vargas. Seu pai tinha, no Rio Grande, uma serraria, que naquele tempo era movida a vapor. Onélio trabalhava com o pai ajudando a serrar e cubar. Vendiam a madeira serrada para o exterior (Alemanha e Inglaterra), via Porto Alegre. Transferiu-se para a capital, morando lá por algum tempo para agilizar o envio da madeira.
Em 16 de janeiro de 1951, chega de trem e se estabelece em Caçador, continuando a trabalhar no ramo madeireiro, morando num hotel no centro da cidade e trabalhando no Km 40. Na época a indústria madeireira atravessava uma grave crise junto ao mercado, que só seria contornada com a chegada de Juscelino Kubitschek à presidência. Em fevereiro de 1957, Onélio inicia o namoro com Jadete Bortolon, com quem vem a casar-se em 1958. Da união nasceram: Nydia, Sheila, Vanise, Karin, Glauco e Glaucio. Onélio foi sócio fundador da Madeireira Campina, da Madeireira Campo Alto e da Empresa Sulca S/A. No dia 1º de maio de 1961, participa, como sócio fundador, do Lions Clube Caçador Centro, entidade da qual é membro até hoje, tendo atuado também como presidente do clube.
Em 1965 inicia atividades pecuárias em Caçador e região e, em 1979, adquire a Fazenda Santa Rosa do Maracahy, no Mato Grosso do Sul, onde atualmente dedica-se principalmente à criação de gado Nelore. Em 1982, candidata-se a prefeito pela primeira vez, tendo como vice Oneide Olsen, obtendo a sua maior vitória nas urnas. Em 1990, é nomeado presidente da CASAN e aceita tendo em mente dois objetivos: sanear a empresa financeiramente e melhorar o funcionamento da mesma, em Caçador. Retira-se da CASAN para lançar-se candidato a deputado estadual. Em 1996, candidata-se novamente a prefeito, tendo Lucir Telmo Christ como vice.
Em 2000, tenta a reeleição com Carlos Lürhs como vice -prefeito e consegue ser prefeito por três mandatos. Os netos vão chegando: Jéssica, Diogo e Bruno, e preenchendo um lugar de destaque na vida de Onélio, que gosta muito de crianças, e preocupa-se sempre com a família. A paixão pela política e pelo time do Grêmio herdou da mãe, Anunciata. A vontade de trabalhar, o amor e atenção dedicados à família estendidos à cidade de Caçador foi herança do pai, Olímpio. Os hábitos do churrasco, do chimarrão, dos ‘causos’ com os amigos, eram as tradições do gaúcho que adotou Caçador como sua terra do coração.