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Buscas são retomadas, 37 mortes confirmadas, barragem 6 não tem mais risco de rompimento

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As buscas por sobreviventes do rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), região metropolitana de Belo Horizonte, foram retomadas, após ficarem temporariamente interrompidas neste domingo (27) pelo risco de rompimento de uma outra barragem na região.

Os trabalhos haviam sido interrompidos mais cedo porque uma sirene de segurança foi acionada por volta das 5h30, e moradores de partes baixas da cidade começaram a deixar as suas casas em direção a regiões mais altas. O aviso era pelo risco de um novo rompimento de barragem da Vale no Córrego do Feijão.

Por volta das 15h, a Defesa Civil informou que os riscos de novo rompimento diminuiu, e as buscas por desaparecidos foram retomadas. Moradores que haviam sido desalojados foram autorizados a retornarem para suas residências.

O rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, da Vale, ocorreu no início da tarde da sexta-feira, 25. Um mar de rejeitos destruiu casas da região e a área administrativa da empresa.

Há ao menos 37 mortos e 81 desabrigados, segundo os bombeiros. Segundo o delegado Wagner Pinto de Souza, chefe da Polícia Civil de MG, 16 mortos foram identificados e 8 corpos foram entregues às famílias. Outras 192 pessoas foram resgatadas com vida e 23 feridos foram internados em hospitais. Além disso, 287 pessoas – entre moradores locais e funcionários da Vale – não puderam ser contatadas.

As sirenes de segurança foram acionadas após ser detectado um aumento dos níveis de água nos instrumentos que monitoram a barragem 6, de acordo com a Vale. Como medida preventiva, a comunidade da região chegou a ser deslocada para os pontos de encontro determinados previamente pelo Plano de Emergência. Cerca de 3 mil moradores foram orientados a deixar suas casas.

Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros, disse que as áreas de risco eram os bairros de Parque da Cachoeira, Pires, Centro e Novo Progesso. Os moradores desses locais precisaram deixar as suas casas e se direcionarem a 3 pontos de encontro: Igreja Matriz, no centro, o quartel da Polícia Militar e Morro do Querosene. Segundo ele, esses locais são considerados seguros, mesmo se houver o rompimento.

Um morador da parte baixa de Brumadinho disse em entrevista ao vivo à GloboNews que se assustou com o alarme e que, inicialmente, não sabia do que se tratava exatamente. Segundo ele, os vizinhos começaram a ligar uns para os outros para entender o que estava acontecendo e foram para a parte alta da cidade só depois que a polícia militar confirmou que era para todos deixarem suas casas.

“Larguei a casa, peguei só uns suprimentos e documentos e fui embora. Não teve nenhum treinamento para saber se podíamos pegar mais coisas”, disse.

O que se sabe até agora:

  • Há ao menos 37 mortos, 81 desabrigados e 23 feridos em hospitais, segundo os bombeiros; 192 sobreviventes foram resgatados.
  • De acordo com a Defesa Civil, 287 pessoas – entre moradores locais e funcionários da Vale – não puderam ser contatadas. No sábado, a Vale divulgou uma lista com mais de 250 nomes de funcionários com os quais não conseguiram contato (veja);
  • Familiares de desaparecidos buscaram informações no IML de BH. Uma força-tarefa foi formada, mas a identificação dos corpos é difícil;
  • Dezesseis corpos foram identificados – veja aqui a lista;
  • Bombeiros divulgaram lista de 183 nomes de pessoas que foram achadas vivas (veja);
  • A Vale já teve três bloqueios de recursos, de R$ 1 bilhão, R$ 5 bilhões e R$ 5 bilhões (veja) e recebeu multas no total de R$ 350 milhões;
  • As Polícias Federal e Civil abriram inquéritos sobre o rompimento (veja);
  • O presidente Jair Bolsonaro, ministros, o governador Romeu Zema e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge sobrevoaram a área e prometeram ações de investigação, punição e prevenção;
  • A ONU emitiu nota de pesar e ofereceu ajuda nos esforços de busca.

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