O Brasil já registrou meio milhão de casos prováveis de dengue nesta segunda-feira (12). Os dados são do Ministério da saúde e mostram 512.353 casos da doença. Apenas este ano foram 75 mortes confirmadas por dengue e outras 340 que estão em investigação.
Em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram notificados 128.842 casos prováveis de dengue, o número de casos deste ano quadruplicou.
A doença preocupa também Santa Catarina. O estado enfrenta um surto preocupante de dengue em 2024, com um aumento alarmante nos casos em comparação com o ano anterior.
De acordo com os dados divulgados pela Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) na quinta-feira (9), já foram registrados 8.710 casos prováveis da doença em apenas 39 dias deste ano, resultando em cinco mortes até o momento.
Joinville, a cidade mais populosa do estado localizada no Norte, é o epicentro do surto, com quatro das mortes registradas. Outra morte foi registrada em Araquari, também na mesma região.
A Dive alertou que o aumento nos casos tem sido notado desde o início do ano, com um crescimento significativo em relação ao mesmo período do ano passado.
Em 23 de janeiro, por exemplo, o estado já havia registrado 4.043 casos prováveis de dengue, representando um aumento de 910% em comparação com o mesmo período de 2023, quando foram registrados apenas 400 casos prováveis.
“Os números vão se modificando ao longo das semanas epidemiológicas, considerando que as notificações vão sendo realizadas. Mas de qualquer maneira, o cenário nos mostra que o estado ainda vai apresentar alta no número de casos. Já são mais de 14 mil notificações suspeitas de dengue, então, há ainda um número alto de casos suspeitos que devem se confirmar ao longo das próximas semanas”, alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor de vigilância epidemiológica do estado.
Prevenção contra a dengue
A melhor maneira de prevenção às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti (dengue, Zika e chikungunya) continua sendo eliminar locais com água parada:
- Evite que a água da chuva fique depositada e acumulada em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos;
- Não acumule materiais descartáveis desnecessários e sem uso em terrenos baldios e pátios;
- Trate adequadamente a piscina com cloro. Se ela não estiver em uso, esvazie-a completamente sem deixar poças de água;
- Manter lagos e tanques limpos ou criar peixes que se alimentem de larvas;
- Lave com escova e sabão as vasilhas de água e comida de seus animais de estimação pelo menos uma vez por semana;
- Coloque areia nos pratinhos de plantas e remova duas vezes na semana a água acumulada em folhas de plantas;
- Mantenha as lixeiras tampadas, não acumule lixo/entulhos e guarde os pneus em lugar seco e coberto.
Sintomas de dengue:
De acordo com o Ministério da Saúde, todo indivíduo que apresentar febre (39°C a 40°C) de início repentino e apresentar pelo menos duas das seguintes manifestações – dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos – deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno.
No entanto, após o período febril deve-se ficar atento. Com o declínio da febre (entre 3° e o 7° dia do início da doença), sinais de alarme podem estar presentes e marcar o início da piora no indivíduo.
Esses sinais indicam o extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, sendo assim caracterizados:
- dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua;
- vômitos persistentes;
- acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
- hipotensão postural e/ou lipotímia;
- letargia e/ou irritabilidade;
- aumento do tamanho do fígado (hepatomegalia) maior 2cm;
- sangramento de mucosa; e
- aumento progressivo do hematócrito.
Passada a fase crítica da dengue, o paciente entra na fase de recuperação. No entanto, a doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao extravasamento grave de plasma, hemorragias severas ou comprometimento de grave de órgãos, que podem evoluir para o óbito do indivíduo.
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém indivíduos com condições preexistentes com as mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas maiores de 65 anos têm maiores riscos de desenvolver complicações pela doença.
Tratamento
De acordo com o Ministério da Saúde, o tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar:
- Repouso;
- Ingestão de líquidos;
- Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme.
- Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.
No entanto, apesar das medidas, ainda não existe tratamento específico para a doença.
Com informações ND Mais
LEIA TAMBÉM: Alaskapox: o que é a doença que fez sua primeira vítima nos EUA