O Corpo de Bombeiros localizou no início da tarde desta sexta-feira, 4, o corpo de um dos seis desaparecidos após o desabamento de um prédio há três dias no centro de São Paulo. Segundo os bombeiros, às 14h de ontem a cadela Vasty identificou um sinal em meio aos escombros. As equipes passaram, então, a remover manualmente o material até encontrar a vítima, 22 horas depois.
Nesta sexta, mais duas pessoas passaram a ser consideradas oficialmente desaparecidas após o desabamento do prédio: uma mulher chamada Eva e o marido dela, Walmir. Família e amigos notificaram o desaparecimento. Além do casal, tam bém estão desaparecidos Ricardo, que é o morador que estava sendo resgatado no momento do desabamento, e Selma e seus dois filhos gêmeos. “Não posso afirmar ainda que é o Ricardo o corpo encontrado, mas a possibilidade é bastante grande”, diz coronel Max Mena, comandante do Corpo de Bombeiros que acompanha as buscas. O corpo foi encontrado perto do para-raio do edifício, local onde ocorria o resgate de Ricardo.
A retirada da vítima, segundo o comandante, será feita de maneira a garantir “a dignidade do corpo”. A remoção será feita hoje, mas não há estimativa de horário em função do acúmulo de escombros em volta do corpo.
Os trabalhos no local do desabamento durem ainda “pelo menos mais uma semana”. “Apesar de termos uma expectativa baixa de número de vítimas, temos ainda 49 pessoas que não foram localizadas em contraste com cadastro da Prefeitura o que não significa que estivessem no prédio”, explicou Mena.
De acordo com o coronel, os trabalhos seguem até que se atinja o segundo subsolo — que também eram habitados, segundo as autoridades, mas nos quais a chance de haver vítimas seria mais remota. “É um trabalho bastante difícil. Tem que parar as máquinas e fazer a ação manual porque houve uma compactação muito grande chegando ao nível do subsolo“, afirmou.
As buscas entraram hoje no quarto dia de trabalho. De manhã, os bombeiros localizaram armários de roupas e vestimentas, indício de que as equipes estariam já mais próximas de áreas habitáveis do edifício.
Chefe da perícia não confirma curto-circuito
Também de manhã desta sexta, o chefe do Instituto de Criminalística de São Paulo, Maurício Rodrigues Costa, esteve no local do desabamento e disse que ainda não pode confirmar a tese de que um curto-circuito teria causado o, já que o fogo e o volume de entulhos dificultam os trabalhos dos peritos.
Nesta quinta, o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, havia afirmado que as investigações da Polícia Civil identificaram que um curto-circuito causou o incêndio.
Costa não arriscou um prazo para a finalização dos trabalhos — “podem durar muitos dias”, resumiu —, já que, apontou, a busca por aspectos ‘periciáveis’ “não é refinada”.
“Precisamos tentar entender o que levou a isso. A perícia parte de alguns princípios — se havia um botijão de gás, se ele estava ligado… é tudo muito amarrado e é uma busca por detalhes, mas que não está refinada. Você não pode partir para esse princípio de uma tese única, teria uma grande chance de errar”, afirmou.
Com informações UOL.