A supervisão escolar consiste na expressão da “liderança educacional em ação”, afirma Nérici (1990). Ela objetiva a melhoria do processo ensino-aprendizagem para o que tem de levar em conta toda a estrutura teórica, material e humana da escola.
Deve ser entendida como orientação profissional e assistência fornecidas por indivíduos competentes em matéria de educação, quando e onde forem necessárias, visando ao aperfeiçoamento da situação total ensino-aprendizagem.
De acordo como Nérici (1990, p. 26), esse aperfeiçoamento requer essencialmente:
a) conhecimento da situação em que se efetiva o processo ensino-aprendizagem;
b) análise e avaliação da mesma em função do que se pretende alcançar;
c) alterações que se fizerem necessárias nas condições materiais do ensino e no modo de atuar das pessoas envolvidas no processo, notadamente o professor, para que o educando e o meio sejam mais bem atendidos.
O conceito de supervisão incorpora elementos da função e do trabalho do supervisor, sublinhando-se o seu papel de educador e, portanto, de profissional comprometido com o significado e as implicações sociopolíticas da educação.
O sentido do termo “supervisão” direciona-se para “visão-sobre”, necessária à percepção ampla dos aspectos e dos componentes das atividades supervisionadas.
Em se tratando das atividades escolares e da supervisão pedagógica, sustenta Rangel (1997), aqui entendida como supervisão que, na escola, se concretiza no âmbito processo de ensino-aprendizagem, a “visão-sobre” alcança os fatores relacionados às relações entre alunos, professores, conteúdos, métodos e contexto do ensino.
Segundo Medina (1997), o momento histórico vivido atualmente pelos supervisores impõe considerar:
a) a escola como uma instituição social inserida numa sociedade subdesenvolvida;
b) a posição que o sistema de ensino assegura para o supervisor enquanto um dos agentes educacionais;
c) a posição que o próprio supervisor se atribui como agente do ensino e da educação;
d) o objeto específico de trabalho do supervisor escolar e da capacidade de observar o cotidiano para, por intermédio dele, transformar sua ação.
Por estes motivos, pensar a prática cotidiana da instituição escolar pressupõe um profundo esforço prático-teórico e teórico-prático por parte do supervisor.
Tal esforço contribui de forma significativa para a compreensão da realidade escolar, sugerindo perguntas e indicando possibilidades.
Esse esforço deve ser efetuado em parceria com os demais agentes educacionais, os quais atuam na escola, principalmente o professor regente de classe (MEDINA, 1997).