O secretário de Estado da Infraestrutura, João Carlos Ecker, fez um balanço dos investimentos previstos para os 23 aeroportos públicos catarinenses. Segundo ele, há um plano nacional, com orçamento de R$ 7,3 bilhões, que contempla 270 aeroportos regionais no país. Contudo, pela falta de recursos, não há como executar todos os projetos inicialmente previstos. “Então, temos que definir em Santa Catarina, dentro do pacote nacional, quais aeroportos serão prioridade”, afirmou, lembrando que não há condições de serem viabilizados os 13 projetos catarinenses incluídos no plano nacional. Ele participou da reunião da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizada nesta quarta-feira (22), em Florianópolis.
“Estamos idealizando sete aeroportos que terão condições de receber voos diários: Jaguaruna, Correia Pinto, Chapecó, Joinville, Navegantes e Caçador, além de Florianópolis, que deve ser concessionado. Este é o objetivo do governo. Dentro disso, queremos negociar com a Secretaria de Aviação Civil para que possamos opinar. Já definimos que a prioridade número um para grandes investimentos é Chapecó. Agora, queremos elaborar o projeto e ter condições de executar. Essa é a nossa ideia”, afirmou. O secretário também fez um resumo do andamento das obras rodoviárias executadas no âmbito do Pacto por Santa Catarina.
O presidente da Câmara, Mario Cezar de Aguiar, disse que a FIESC sempre defende a priorização dos investimentos. “Sabemos que não dá para atender tudo ao mesmo tempo, mas entendemos que precisa ter um planejamento, que indicará prioridades”, declarou, lembrando que o Plano Aeroviário Catarinense é de 1989 e precisa ser revisado.
Aguiar apresentou dados que mostram a execução do Orçamento Geral da União para obras de transporte em Santa Catarina. Em 2015 estavam previstos R$ 1,6 bilhão, mas foram efetivamente pagos somente R$ 518 milhões, grande parte aplicados no trecho Sul da BR-101. Para 2016, estão orçados R$ 1,1 bilhão, mas até junho foram pagos somente R$ 14,75 milhões. Aguiar afirmou que esteve recentemente reunido com o ministro dos Transportes, em Brasília, que, por sua vez, destacou a falta de recursos para investimentos em infraestrutura. “Por isso, com o conhecimento de que o governo não tem como atender toda a demanda de infraestrutura, defendemos a concessão, sempre tendo como princípio que a concessão tem que ser um benefício para a sociedade e nunca um ônus”, declarou Aguiar.
Fundamental para o desenvolvimento da região
O presidente da Associação Empresarial de Caçador (ACIC) Henrique Basso participou da reunião nesta quarta-feira. A ACIC está acompanhando de perto o processo que visa reestruturar o Aeroporto de Caçador para garantir condições de receber voos diários, o que inclui o terminal de passageiros e outras melhorias. “Queremos habilitar o pleno funcionamento do Aeroporto. Isso é fundamental para fortalecer o desenvolvimento da nossa região”, salienta Basso.
O terminal de passageiros do aeroporto de Caçador, no Oeste de Santa Catarina, projetado por Oscar Niemeyer, foi demolido para construção de um terminal maior e mais moderno. Passados seis anos, o novo espaço ainda não ficou pronto.
Em março deste ano, uma comissão formada pela ACIC, Secretaria de Estado de Infraestrutura e Prefeitura de Caçador foi formada para acompanhar a conclusão das obras do aeroporto de Caçador. Mesmo que o terminal estivesse pronto, não poderia ser usado, pois o aeroporto ainda precisa de uma nova cerca e de um novo pátio para as aeronaves.
O vice-presidente regional da FIESC, Gilberto Seleme destaca que Caçador é um polo regional e precisa de um Aeroporto com linhas regulares e em plenas condições de funcionamento. “No passado tínhamos voos diários para Curitiba e Florianópolis. Estamos longe dos grandes centros. Isso vai beneficiar cidadãos, empresas, instituições, assim como torna o município referência já que possuímos um dos melhores tetos para pouso e decolagem no Sul do País”, comenta.
Acidentes
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina (PRF-SC), Fabrício Colombo, informou que Santa Catarina registra o segundo maior índice de acidentes do País, apesar de o Estado ter só 2,4 mil quilômetros de rodovias federais. Estados como São Paulo e Bahia registram índices menores, com uma malha rodoviária maior. De 2009 até 15 de junho de 2016, a PRF contabilizou no trecho federal catarinense 137 mil ocorrências de trânsito. Desse total, 65 mil pessoas tiveram ferimentos leves, 18 mil feridos graves e 4.250 mortes. “Precisamos de conscientização. Não muda só com fiscalização”, ressaltou Colombo, lembrando a importância da educação para reverter esse quadro, especialmente com o trabalho nas escolas.