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A mulher da padaria – Por Denilson Araújo

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Uma mulher morava num bairro onde todos tinham o hábito de dar caixinha para os balconistas da padaria. Ela se mudou para outro bairro onde não existia esse hábito.

No primeiro dia que foi à padaria, ao dar a caixinha para o balconista, ele ficou encantado:
– O que é isso, minha senhora? Não precisa! Eu estou aqui para servi-la!

Logo que ela saiu, ele continuou:
– Que mulher maravilhosa, nunca vi uma pessoa tão gentil assim!

No dia seguinte, logo que ela chegou, ele se desmanchou todo:
– Pois não, madame! O que a senhora deseja?

Quando ela lhe deu a caixinha, desdobrou-se de novo em agradecimentos.

Isto continuou assim todos os dias. Um mês depois, acostumado com a caixinha, já a estava tratando como tratava todos os demais fregueses e, no final, já estendia a mão para pegar a caixinha e sequer agradecia.

Um dia ela foi à padaria com o dinheiro contado, mas tinha subido o preço do leite. Não sobrou dinheiro para a caixinha. Ela imediatamente se desculpou com ele e prometeu que, no dia seguinte, daria uma caixinha melhor.
Tão logo ela virou as costas, ele esbravejou:
– Quem essa mulher pensa que eu sou? Um escravo dela?

É preciso mais do que recompensas para que um bom serviço seja prestado.
Se não houver amor ao que se faz, respeito aos clientes e gratidão pelo reconhecimento do trabalho, corremos o risco de agir como meros executores de atividades que não se importam com os resultados
produzidos nem com os usuários dos serviços.
Que o nosso comportamento não seja igual ao do balconista da padaria!

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