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A flor solitária – Por Denilson Araújo

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Em um deserto distante, vivia uma solitária flor. Tão bela, delicada
e com um perfume tão bom que a própria areia desviava-se com a ajuda do vento para não molestá-la.

Afinal, era a única flor do deserto… Ela dava à paisagem árida
um toque de vida e luz.
– Por que nasci assim? – pensava ela – tão longe de minhas
irmãs e primas?

Olhava ao redor e só via areia clara e o céu azul.
Os grãos de areia adoravam visitá-la.

Ela, tão linda e colorida, alegrava e dava vida àquele deserto.

Alguns grãos de areia viajavam dias e dias para conhecê-la. Comentavam entre si como era mais bela a paisagem graças à presença daquela flor.

Mas a flor, por não entender sua missão, sentia-se muito só. Se existia um motivo para a sua vida, qual seria ele?

Os grãozinhos de areia tentavam se comunicar com ela, mas por pertencerem a dimensões, ou reinos diferentes (vegetal e mineral), eles não conseguiam transmitir à flor o quão importante e
necessária era a sua presença ao deserto.

Em cada amanhecer, a flor olhava ao redor em busca de
algum sinal de vida.

Deprimida, ela, então, definhou e morreu.

Os grãos de areia, que nada puderam fazer, entristeceram-se.
Já não queriam mais passear e até o vento, naqueles dias,
desistiu de soprar… Perguntavam eles:

– Será que a flor que procurava vida ao seu redor não percebeu
que ela era a própria vida? Ela era a alegria e o colorido da paisagem! Por que insistiu em procurar fora aquilo que estava
dentro dela?

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