Olá leitores!!!! Amigos do Portal Notícia Hoje, bem vindos a mais uma semana, uma semana de grandes conquistas, paz, desafios e muitas coisas boas.. A minha coluna dessa semana é bem importante, vamos entender como lidar com as “famosas” birras. Eu como mãe de uma menina de dois anos, encontro –me na fase do ‘terrible two”, ou seja, os terríveis dois anos, considerado a primeira adolescência da criança. Mesmo sendo psicóloga, não é fácil para mim, a cobrança é gigante, porém aprendi uma coisa, preocupo-me em me entender com a minha filha e não com a plateia que está em volta assistindo.
Todos nós sabemos que não existe uma receita pronta, e que uma criança é diferente da outra, mas no geral alguns comportamentos se repetem, muitas vezes tranquilizando as mamães mais ansiosas. Nossos critérios de julgamento para coisas e pessoas são sempre tendenciosos. Ou seja, julgamos de conformidade com nossas expectativas. E todos os critérios usados para decretar esses veredictos se baseiam nos traços do nosso próprio comportamento, onde estão incluídas nossas crenças, preferências, temperamento e tudo mais.
E no final de tudo isso o que buscamos é tão somente algum tipo de satisfação ou agrado, e que embora não seja de natureza permanente, pelo menos possamos repetir depois.
E existe a primeira vez para tudo. Mas, apenas a partir da segunda vez temos lastro para eleger conscientemente, de forma calculada, aquela coisa como fonte de prazer. E agora, de forma pensada, objetiva, decretar como algo que nos desagrada ou agrada. E assim nascem nossas preferências, sejam elas de qualquer natureza.
Como as crianças aprendem pela imitação, quando vêem alguém contente, supostamente feliz a partir da experimentação de alguma coisa, especialmente se tais pessoas são de sua confiança, ou do círculo de confiança dos seus entes mais próximos, sentir-se-ão naturalmente predispostas a praticarem a mesma coisa.
Raro são os pais que nunca tiveram que passar pela birra infantil, uma cena que normalmente deixam os pais sem saber o que fazer diante de uma criança, fazendo a maior pirraça, de preferência em lugar público.
A birra infantil pode acontecer em qualquer fase da criança, porém costuma se manifestar com mais intensidade por volta de um ano e meio a três anos de idade, período em que a identidade e a vontade própria da criança começam a se manifestar, ao fazer birra à criança tenta expressar que quer as coisas a sua maneira, o importante é os pais saberem que perder a paciência e gritar mais alto que a criança, numa tentativa desesperada de controlar o espetáculo, não vai resolver o problema, vejamos então o que fazer diante de uma cena de birra infantil.
Segundo especialistas, os mesmos sugerem dicas para lidar com as birras infantis.
- Não perca o controle: seja firme, mas também acolhedor
Assim que a criança começa a fazer uma cena dramática no shopping, mercado ou no parque, é melhor segurar as rédeas da situação do que entrar na mesma dança. Pode ser que você esteja ficando muito irritado, mas segundo o psicólogo e terapeuta familiar João David Cavallazzi Mendonça, pais que perdem o controle podem assustar ainda mais a criança e tornar a birra ainda pior. Os adultos devem manter firmeza no tom de voz e falar com a criança na altura delas, explicando que atitudes como esta não irão mudar nada. Ao perceber que a criança está prestando atenção, João David ainda indica demonstrar acolhimento: segurá-la no colo e explicar o porquê da negativa poderá ajudar bastante.
- Não ceda aos apelos da criança e mantenha a palavra
Por culpa ou falta de paciência, às vezes os pais acabam cedendo aos pedidos dos filhos e deixam a birra passar como se não fosse nada demais. Esse é um erro fatal: A criança pode ficar cada vez mais autoritária, pois percebe uma maneira de sempre conseguir o que quer. As crianças precisam entender que nem sempre terão o que desejam e quando desejam, e que sua insistência não é uma cartada aceita nesta hora.
- Dê exemplos: sair batendo porta dentro de casa não é um deles
Que os pais devem ser bons modelos para seus filhos e esta premissa vale também para momentos de raiva em que o adulto resolve fazer a própria “birra” – batendo uma porta em casa após um momento de estresse, por exemplo. “Às vezes a criança está apenas repetindo o comportamento da mãe”, diz Dora Lorch. Quanto mais atenção os pais derem à birra do filho, pior será o comportamento dele
- Não dê atenção à birra
Aos dois anos, Rafaela, filha da socióloga Ariane Torezan, foi com a mãe ao supermercado. Quando Ariane proibiu a filha de levar para casa uma guloseima, Rafaela se deitou no chão, começou a chorar e a gritar. “Não tive dúvidas: virei as costas e continuei andando. Ela não teve outra alternativa se não parar de chorar e vir atrás”, relembra Ariane.
Para o psiquiatra e educador Içami Tiba, autor de “Disciplina: Limite na Medida Certa” (Integrare Editora), as crianças precisam passar pelo estresse de perder a segurança na hora da birra. “Se ela se sente insegura, muda. A criança fica preocupada se os pais a deixam”. Rafaela, hoje com nove anos, nunca mais teve qualquer comportamento parecido.
- Dê castigos proporcionais (e não se sinta culpado depois)
As crianças devem entender que seus atos têm consequências. Para não se arrepender no meio de um castigo, os pais devem calcular adequadamente o tempo de punição. “Para uma criança de dois anos, um castigo de dez minutos já é o bastante”, recomenda Quézia Bombonatto. Na orientação da Supernanny Cris Poli, um minuto por ano de idade é uma boa medida. Mas tudo depende da gravidade da birra e de como aquela família funciona.
- Não meça forças com a criança e seja flexível de vez em quando
Os pais devem ser firmes e mostrar quem coloca as regras no dia a dia. Mas isso não significa incorrer no autoritarismo. “O ‘não pode’ deve ser usado para o que realmente é importante”, diz Quézia Bombonatto.
Se a criança começa a desarrumar a sala logo após uma arrumação, os pais não precisam proibi-la, mas podem deixar claro que ela terá que arrumar tudo depois. Algumas coisas podem e devem ser negociadas com a criança. Afinal, será que 10 minutinhos a mais no parquinho é um grande transtorno? “Essa flexibilidade também pode ser benéfica”, concorda João David.
- Explique o que ela está sentindo e veja o que está acontecendo
Dar nome ao que a criança está passando pode ajudá-la a se controlar. “Ela ainda está em processo de aprendizado e precisa aprender a identificar o que está sentindo”, explica João David. Assegurá-la de que ela está sendo, de alguma forma, compreendida, é importante.
Por isso, o adulto deve sentar com ela e explicar que sabe como ela se sente, mas agora não é possível ter o que ela quer, pela razão que for. Descobrir as razões infantis também é necessário. Às vezes, a criança pode muda de comportamento por uma razão não aparente, como o nascimento de um irmão mais novo ou a volta da mãe ao trabalho. “Ao ser questionada, a criança vai explicar com menos ou mais recursos, dependendo da idade, e tudo vai ficando mais fácil”, diz Dora Lorch.
- Distraia a criança
Segundo Quézia Bombonatto, em certas situações chamar a atenção da criança para outra coisa pode ser a melhor saída para a birra. Especialmente quando o comportamento desanda em locais públicos. Fazê-la rir ou distraí-la com outro atrativo costuma ser efetivo e a criança pode esquecer a razão do escândalo que estava fazendo minutos atrás.
- Compare a atitude dela com a das pessoas ao redor
Ana Gabriela Andriani também sugere comparar a criança com as outras pessoas no local e mostrar que ninguém mais está chorando, só ela. “A criança só consegue enxergar a si mesma. Ajudá-la a se comparar aos outros é uma maneira de fazê-la se sintonizar com o mundo”, diz.
- Não insista em conversar na hora da raiva
Assim como muitos adultos, a criança não irá ouvir o que os pais estão dizendo no calor de um ataque de birra. “Nesta hora ela está focada na frustração, não está ouvindo”, diz Ceres de Araújo. Por isso, o melhor pode ser ignorar a atitude dela e conversar mais tarde, quando ela estiver mais calma, sobre o ocorrido. Neste período, os pais podem aproveitar para pensar na atitude que irão tomar.
- Valorize e qualifique a criança sempre que possível
Reforçar positivamente o bom comportamento infantil depois de um ataque de birra ajuda a prevenir novos episódios. Se um dia a criança fez uma birra homérica no parque, ao voltar ao mesmo lugar o pai pode lembrar que confia nela para a história vivida no passado não voltar a acontecer. “Esta é uma maneira de qualificar o filho, mostrar que você acredita que ele pode ser diferente”, diz João David.
- Tome medidas preventivas
Sentir fome e sono sem poder suprir as necessidades são sensações capazes de deixar qualquer um irritado. Para as crianças, estas sensações podem facilmente se transformar em birra. Por isso, manter uma rotina de sono e alimentação ajuda a evitar a irritação. “Os pais devem identificar o que pode ser evitado. Se sabem que a criança costuma dormir às nove horas da noite, não é ideal sair para jantar neste horário”, exemplifica João David.
Crises de birra infantil
Na maioria das vezes a birra infantil é uma reação desesperada a algum tipo de insatisfação por parte da criança, por isso é importante que os pais ensinem limites ao seu filho, porém há casos em que a birra infantil pode estar ligada a algum sentimento de insegurança, como separação dos pais, nascimento de um irmão, caso perceba isso, o melhor a se fazer é conter a birra, mas converse bastante com a criança, permitindo que ela exponha seus sentimentos, transmitindo a ela segurança e carinho, muito importante nessa fase infantil.
É muito importante procurar entender o que se passa com a criança, por isso procure conversar bastante e busque pelos motivos que levaram a criança a fazer birra, analise se o comportamento foi mesmo exagerado e inadequado, muitas vezes o não querer ir para escola, por exemplo, é alguma situação que a criança não está conseguindo lidar, portanto, antes de castigá-lo, o melhor a se fazer é entender o que está se passando com a criança.
As birras tendem a desaparecer assim que os pais aprendem o que devem fazer diante dessas crises infantis, sendo firme, a criança gradualmente vai aprendendo que este comportamento infantil em nada adiantará, por isso nunca ceda às vontades do seu filho, se ele perceber que a cena funciona, irá tentar fazer novamente sempre que for contrariado.
Para conter a birra infantil é importante que os pais sejam modelos de autocontrole, de nada adianta corrigir o filho e não agir com calma, gritando e batendo portas, acabar com as birras é um processo que requer muita calma, paciência e dedicação, ensinar limites aos filhos é ensiná-los regras de convivência saudável, tanto com os pais quanto em sociedade.
Um forte abraço e até semana que vem
Francielle Marin Menzel
Psicóloga CRP12/12973
98017882/88767887
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