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Tensão no aeroporto: testemunhas relembram assalto em Caçador

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Durante esta semana, um dos suspeitos de ter roubado malotes de um avião no aeroporto Carlos Alberto da Costa Neves, em Caçador, foi preso no Rio Grande do Sul, 11 anos após ocorrência no município.

Mesmo passado tanto tempo, quem vivenciou a ação ou cobriu o caso naquela época, ainda tem lembranças nítidas do que aconteceu.

Era final de tarde de uma sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006, quando a equipe do extinto jornal Gazeta ouviu, por meio do rádio amador, a informação de que as guarnições da Polícia Militar se deslocavam até o aeroporto onde havia uma ocorrência de assalto e um veículo em chamas.

O jornal já havia sido finalizado e encaminhado para a impressão, mas devido à proporção da ocorrência, as máquinas foram paralisadas. Os repórteres Jairo Pedroso e Rafael Seidel se dirigiram para o local.  Flávio Machado, repórter do Informe naquela época, também ouviu pelo rádio a informação e se deslocou rapidamente para cobrir a ocorrência.

Ao chegarem próximo à estrada principal, onde hoje está localizada a empresa Guararapes, avistaram um ônibus e uma viatura da PM parados, com pneus furados. “Fomos informados que os suspeitos haviam jogado os chamados ‘miguelitos’, uma espécie de cruz formada por pregos entrelaçados para furar pneus”, explicou Rafael.

Para que não fossem vítimas dessa armadilha, eles tiveram cautela ao percorrem a estrada que leva ao acesso do aeroporto. “Estava começando a escurecer e a estrada era de chão, o que dificultava a visão. Para que o veículo não tivesse nenhum pneu furado, tive que subir no capô e ir guiando o Rafael para que ele desviasse”, contou Jairo.

Próximo à entrada do aeroporto, avistaram um dos carros em chamas. Era um Audi, onde dentro existia uma grande quantidade de coquetel molotov. “No momento que nos aproximamos, vimos que um popular utilizava um extintor parta conter as chamas. Mais acima, no meio de um reflorestamento, havia ainda um Bora, completamente destruído pelo fogo”, relatou Rafael.

Por medida de segurança, eles não puderam entrar no aeroporto, mas conversaram com algumas testemunhas que, ainda bastante assustadas, repassaram informações do que viram. “Foi relatado que quatro homens fugiram em uma caminhonete, sentido Timbó Grande, efetuando disparos”, frisou Jairo.

Flávio recorda ainda que houve uma grande movimentação policial em virtude do assalto. “Lembro que quatro viaturas tiveram os pneus furados por causa dos miguelitos. Foi uma ação bastante ousada, feita por uma quadrilha especializada em roubos, chefiada por um dos bandidos mais procurados na época, que era conhecido como Seco”, destacou.

Flávio citou ainda que na época foi uma matéria de repercussão nacional. “Inclusive nós cedemos as fotos para a editoria do Jornal Nacional. Foi o maior caso que cobri enquanto repórter. A informação foi veiculada somente pelo Jornal Gazeta e pelo jornal Informe, que não eram os maiores veículos de comunicação naquela época”, completou.

Tensão dentro do Aeroporto

Era pra ser mais um dia normal na rotina dos profissionais que atuavam no aeroporto naquela sexta-feira. Mas não foi o que aconteceu. De acordo com o diretor e controlador de voo do Aeroporto Municipal de Caçador, Alan Rocha Liegel, era final da tarde quando o veículo que transportava os malotes de bancos de toda região até aquele local chegou. Os malotes seriam enviados a Florianópolis, como era de costume. “Na época os bancos faziam malotes de compensação. Acreditava-se que eram apenas transportados documentos, mas depois do assalto e de outros que ocorreram da mesma forma, há controvérsias se havia ou não valores naqueles malotes”, destacou.

Ele recorda que naquele dia 10 de fevereiro foi até o aeroporto e aguardou o pouso do avião que faria o transporte.  “Os malotes era levados em uma Saveiro até o aeroporto, dentro de um cofre.  Quando os malotes começaram a ser descarregados,  os assaltantes chegaram em um Audi e um Bora, com armamento pesado e encapuzados, mandando que todo mundo se jogasse no chão”, relatou.

Alan relembra ainda os momentos de tensão que viveram. “Um dos pilotos levou uma coronhada e pediram para que todos nós fossemos para o banheiro, onde ficamos trancados sob ameaça de que se saíssemos, seriamos mortos”, contou.

Depois disso os malotes foram novamente colocados na Saveiro e os assaltantes fugiram com o veículo. Na encruzilhada do aeroporto eles colocaram fogo no Audi, para trancar a estrada. Cerca de um quilômetro depois, sentido Timbó Grande, colocaram fogo também na Saveiro e no Bora, passando os malotes para uma caminhonete, na qual fugiram.

Os assaltantes foram perseguidos pela polícia, porém não foram localizados naquela época. “Averiguando depois do ocorrido, descobrimos que eles haviam acampado nas proximidades do aeroporto para acompanhar a movimentação. Fui seguido durante alguns dias antes do assalto também para eles acompanharem a rotina e saber qual seria o melhor momento para agirem”, acrescentou Alan.

Dias após o assalto alguns malotes foram encontrados em um rio no município de Curitibanos. “Ainda não se sabe exatamente se havia valores em espécie naqueles malotes, mas acredita-se que sim, visto que os assaltantes acabaram efetuando outras ações semelhantes, o que não teriam feito se não tivesse nada de interesse deles naqueles malotes levados do aeroporto de Caçador”, finalizou Alan.

Jornais da época relataram a ação dos bandidos

 

Carros foram queinados pelos assaltantes

 

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