A partir de sábado (1), estará liberada em Santa Catarina a colheita e a venda do pinhão. Até então, a semente típica da Serra catarinense fica reservada por lei para alimentação de animais silvestres. Este ano, mais de seis toneladas de pinhão, retirados antes da liberação da colheita, foram apreendidos.
Em Santa Catarina, a colheita passa a ocorrer em 1º de abril, para garantir a alimentação de animais silvestres como a gralha azul e a cutia, que ajudam na proteção das araucárias. Esses animais deixam as sementes por onde passam que geram outras araucárias, árvores ameaçadas de extinção.
A fiscalização da Polícia Militar Ambiental tem sido intensa nas propriedades rurais da Serra, onde está a maioria dos produtores de pinhão do estado. Por enquanto, colher e vender a semente são proibidos. Em um flagrante no município de Painel, foram apreendidos 96 quilos de pinhão. O produtor disse que era para consumo próprio, mas, ainda assim é proibido.
Apreensões
Outros 18 quilos de pinhão estavam sendo vendidos em Lages, também na Serra, e seis toneladas da semente em Florianópolis. Tudo o que foi apreendido será doado para entidades catarinenses.
“Infelizmente, ainda há muitas pessoas que colhem antes do tempo o pinhão, inclusive verde que não é muito apreciado. Mas, a gente vem trabalhando constantemente, ano a ano, para tentar reduzir essa colheita precoce”, declarou o soldado da Polícia Militar Ambiental Diego Kuster.
Quem colhe ou vende a semente antes da liberação pode ser punido com multa de R$ 500, além de responder a processo criminal e administrativo.
O produtor rural Ezequiel de Oliveira está animado porque a previsão de colheita é o dobro de 2016. “A gente espera que o preço ajude, porque no ano passado não foi um preço bom, porque era pouco. E esse ano é um pouco mais, mas a gente espera que assim mesmo ele venha trazer um bom resultado pro produtor. É uma renda extra que entra, ele está lá prontinho. É só chegar e tirar”, disse Ezequiel.