Os técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Joaçaba, no Oeste catarinense, identificaram na segunda-feira (27) manchas de sangue em móveis e cômodos da casa onde morreu um bebê de dois meses na madrugada de domingo (26) em Capinzal.
Com o uso de luminol, substância que permite a identificação de sangue em pontos invisíveis a olho nu, os peritos perceberam que as manchas de sangue foram limpas antes da chegada da polícia.
No domingo, o pai do menino, de 21 anos, foi preso em flagrante e depois preventivamente, suspeito da morte da criança. A mãe, de 22 anos, também teve a prisão preventiva decretada na segunda. Ambos foram conduzidos ao Presídio Regional de Joaçaba.
Pai, suspeito de matar bebê, possui 30 passagens policiais
O Instituto Médico Legal (IML) antecipou à Policial Civil que o menino morreu de traumatismo craniano, tinha um afundamento na cabeça, hematomas por todo corpo, sobretudo nas costas, e um corte no lábio superior.
Início das agressões
“Com o luminol, pudemos identificar, pelas manchas de sangue invisíveis a olho nu, que as agressões contra o bebê começaram no sofá da sala em uma manta próxima dali. Verificamos também sangue na pia e embaixo dela, que foi limpo depois da morte da criança. Vimos também bastante sangue no tanque de lavar roupa e em um pano”, explicou Alexandre Kazuo Tobouti.
Conforme o perito, após a morte da criança, foi feita a limpeza do banheiro. “Vimos que o sangue foi espalhado, na tentativa de removê-lo, e esse pano foi lavado. Verificamos que não havia sinais de sangue no assoalho, o que quer dizer que o bebê não caiu, que era uma dúvida nossa. Não há vestígio de queda”, afirmou.
Segundo Tobouti, o laudo do IGP deve ser emitido à Polícia Civil em até 10 dias e anexado ao inquérito.
Depoimentos à polícia
De acordo com o delegado responsável pelo caso, o pai e a mãe do bebê não deram uma versão para a morte do filho.
“A mãe diz que deixou o bebê com o pai das 2h às 4h, mas ele diz ter ficado meia hora com o filho e ao ir até o carrinho, o encontrou morto, que não sabia das lesões. Ele joga a responsabilidade para a mãe, porque ela ficava a maior parte do tempo com a criança. A nossa suspeita é de ela possa ter participado do crime, tenha praticado maus tratos”, disse José de Castilhos.