Um bebê de dez meses morreu na manhã deste sábado (25) após ser asfixiada pelo padrasto, em Braço do Norte, no Sul catarinense. Segundo a polícia, o suspeito de 21 anos, confessou o crime e disse que matou a Mariah Della Giustina Gonçalves porque se irritou com o choro dela. Ele foi preso por homicídio qualificado na manhã deste domingo (26) e encaminhado para o Presídio Regional de Tubarão.
De acordo com a polícia, o crime ocorreu por volta das 10h30, enquanto o padrasto cuidava da criança em casa, no bairro Lado da União. A mãe estava trabalhando em um salão de beleza.
“Ele disse que a mãe da criança saiu para trabalhar, deixou uma mamadeira pronta e pediu para que ele cuidasse da menina. Mas ela estava chorando muito e ele falou que não aguentava mais ouvir o choro, pois estava estressado e durante algumas noites não tinha conseguido dormir por conta disso. Num momento de fúria, ele confessou que asfixiou a criança. Quando se deu conta do que fez, tentou reanimar o bebê, mas já era tarde”, disse o delegado da Divisão de Investigações Criminais (DIC) de Tubarão, William Cesar Sales.
Ainda segundo o delegado, quando o padrasto deu entrada no Hospital Santa Teresinha a criança já não apresentava sinais vitais. O suspeito informou inicialmente aos médicos que ela teria engasgado após ingerir iogurte. No entanto, a suspeita foi descartada após exames do Instituto Médico Legal (IML) de Tubarão.
Sales disse que o laudo provisório apontou que a morte teria sido causada por asfixia por sufocamento direto.
O corpo da menina foi velado na Capela da Funerária Schlickmann, próxima ao Estádio Municipal de Braço do Norte. O sepultamento ocorreu no Cemitério Municipal da Capital do Vale.
Depoimentos
Foram mais de 17 horas de trabalhos da polícia de Braço do Norte e de Tubarão, que envolveram agentes e escrivão para fazer as diligências e também as oitivas de uma série de depoimentos.
O padrasto e a mãe da menina foram detidos no velório poucas horas depois do crime. Ambos passaram toda a madrugada de domingo na delegacia, com a presença de uma advogada, para prestarem esclarecimentos.
Segundo a polícia, o padrasto fazia muitas viagens a trabalho, como mecânico de refrigeração. O casal se conheceu há 5 anos, namoraram durante 4 meses e há 2 meses estavam morando juntos.
O laudo extraoficial do IML apontou que a morte foi ocasionada por um bloqueio da respiração de forma externa, por conta das marcas de pressão que ficaram no rosto da vítima.
“Descartamos a hipótese do iogurte porque a sucção feita no hospital ocorreu de forma muito rápida e os exames apontaram que ela estava com o estômago vazio”, disse Sales.
O suspeito chegou a contar algumas versões para o delegado, mas no final do depoimento confessou o crime.
A mãe da criança foi liberada por volta das 8h30 e acompanhou o sepultamento da filha, que ocorreu às 10h no Cemitério Municipal de Braço do Norte.
A Polícia Civil segue nas investigações e irá analisar se ocorreram outras situações de maus-tratos antes da morte da menina.