Levada há um ano pelo pai sem autorização da Justiça de Santa Catarina, a pequena Sarah Brenda Martiniano Caseiro, de 4 anos, foi encontrada pelo Departamento de Proteção à Criança e o Adolescente de Pernambuco (DPCA). Em ação conjunta com a Polícia Civil de Sergipe, ela foi localizada com o pai na praia de Coroa do Meio, em Aracaju. De acordo com o gestor do DPCA, Ademir Soares, a criança estava vivendo em condições precárias de higiene.
Ao todo, três agentes do departamento realizaram o mandado de busca no estado vizinho, sendo um deles com formação em enfermagem. “Mandados essa agente, justamente, para avaliar a condição da menina. Ela estava vivendo em condições bastante precárias de higiene e numa área bem pobre de lá. A criança não está desnutrida, mas se alimentou bastante mal durante este período”, contou o gestor.
Sarah Brenda foi localizada na sexta (27) e chegou ao Recife no sábado (28). Depois de um ano separadas, mãe e filha se reencontraram nesta quarta-feira (1º). Até então, a pequena havia sido acolhida por uma família que se sensibilizou com a situação da mãe. Elisângela Martiniano procurou pela filha por todo país. “Parece um sonho para mim. Eu saí do pesadelo”, disse a mãe.
A menina foi levada pelo pai em janeiro de 2016. Desde então Elisângela não via a sua filha. Ela veio para Pernambuco, no início deste ano, após uma denúncia de que a criança estaria com o pai na praia de Porto de Galinhas, Litoral Sul do estado.
O DPCA chegou a espalhar e afixar cartazes com foto e informações sobre a criança no local. Entretanto, Ademir acredita que a passagem dos dois pela praia pernambucana foi curta. “Recebemos uma ligação no Disque-Denúncia, no dia 16 de janeiro, dizendo que ele teria ido para Aracaju. Começamos a investigar e a confirmação veio no dia 25. Ele tem dois filhos que moram lá”, detalhou.
Com a certeza de que criança e pai estavam mesmo na capital sergipana, mais precisamente na praia de Coroa do Meio, a equipe se dirigiu, imediatamente, para o local. Contudo, Sarah Brenda só foi retirada dos braços do pai no dia 27, após serem monitorados.
“Queríamos pegar a menina com o pai. Eles estavam na praia no momento da ação. Ele não reagiu a abordagem e entregou a criança sem violência”, explicou Ademir ao contar que o pai recolhia latas de bebidas no local como fonte de renda.
Após a abordagem da polícia, o pai ficou em Aracaju. Para o gestor do DPCA, o pai não responderá criminalmente porque levou a criança antes da Justiça de Santa Catarina decretar a guarda provisória para a mãe. A intimação dele só foi feita em abril, quando já estava desaparecido com a filha.
“Ele não cometeu crime porque quando se separaram ainda não havia a decisão sobre a guarda. Não vai responder criminalmente, mas poderá sofrer penalidades na esfera cível quanto a guarda ou ao direito de visita”, concluiu.