Moradores de um prédio na rua Maturino Borges da Luz, no Centro de Caçador, estão assustados com uma provável infestação de escorpiões.
De acordo com eles, somente em 2016 foram encontrados 4 escorpiões e encaminhados para a Vigilância Epidemiológica, mas até agora, não houve retorno a respeito da análise dos animais.
Na semana que passou, mais um escorpião foi encontrado em uma oficina mecânica que está instalada no prédio.
A preocupação dos moradores é com um possível foco dos animais, o que pode gerar acidentes caso não haja uma solução.
O escorpião
São animais carnívoros e têm geralmente hábitos de sair de noite, quando caçam e se reproduzem. Sua alimentação é baseada em principalmente em insetos e aranhas, mas podem se alimentar de outros, lagartos e até pequenos roedores e pássaros. Os escorpiões conseguem comer quantidades imensas de alimento, mas conseguem sobreviver com 10% da comida de que necessitam, podendo passar até um ano sem comer e consumindo pouquíssima água, quase nada durante sua vida inteira.
Os predadores naturais do escorpião são aves, alguns répteis (cobras e alguns lagartos), algumas aranhas, formigas, entre outros. Na natureza, o tamanho é essencial para determinar quem é presa ou predador.
Costuma habitar locais bem escuros (buracos, fendas, entre os tijolos, no meio de entulhos).
Veneno
O ferrão do escorpião além de servir para agarrar a presa, defender-se, e no acasalamento, inocula na presa um veneno. Este veneno contém uma série de substâncias cuja composição química não está bem definida, porém contém neurotoxinas, histaminas, serotonina, enzimas, inibidores de enzimas, e outras. Parece, segundo os pesquisadores, que as neurotoxinas agem sobre as células nervosas da presa, com certa especificidade, dependendo do tipo de animal.
É interessante saber que a toxicidade do veneno de um escorpião pode ser comparada com o tamanho de seus pedipalpos (o equivalente ao braço humano do escorpião); quanto mais robustos os pedipalpos, menos o escorpião utiliza-se do veneno para com suas presas e quanto menores eles forem, mais o veneno do escorpião pode ser letal às suas presas.
O veneno de escorpiões do tipo Tityus serrulatus, que parece ser o veneno mais tóxico de todos os escorpiões da América do Sul, age sobre o sistema nervoso periférico dos humanos, causando dor, pontadas, aumentando a pulsação cardíaca e diminuindo a temperatura corporal. Estes sintomas, devido ao seu peso corporal, são mais acentuados em crianças, e devido às condições físicas, aos idosos. Todos os escorpiões são venenosos, porém apenas 25 espécies podem ser mortais aos humanos. Sua ferroada assemelha-se em grau de toxicidade da ferroada de uma abelha.
O tratamento consiste na aplicação local da ferroada de um anestésico (lidocaína a 2%) e soro antiescorpiônico (obtido de escorpiões vivos). O tratamento deve ser hospitalar, de preferência com a apresentação do escorpião para facilitar o diagnóstico e o tratamento.