Luiz Carlos de Aguiar, tem 41 anos, e trabalhou por 21 anos como eletricista. Tinha uma vida normal, trabalho, família. Mas que há dois anos, sua vida deu uma reviravolta. Ele precisou reaprender a viver sem os braços e pés: Luiz sofreu um gravíssimo acidente de trabalho.
Ele trabalhava em uma empresa que prestava serviço para a Celesc, em Porto União. Numa sexta-feira, caiu um temporal na cidade que gerou problemas na rede elétrica. No dia seguinte, vários pontos da cidade ficaram sem energia elétrica.
Luiz e mais dois colegas foram atender uma situação e neste local, havia uma rede de uma usina, que passa por cima da rede da Celesc. Nesta rede, um cabo dilatou e encostou em um da Celesc. “Nós já estávamos trabalhando, mais uns cinco ou dez minutos terminaríamos o serviço. Eu estava em um banhado, dentro d’água quando levei uma descarga de 34 mil volts. Fiquei consciente e ainda orientei meus colegas que não tinham se machucado. Eles foram levados para o hospital São Braz. Já eu, como o caso era grave, fui encaminhado ao hospital regional de União da Vitória”, descreveu.
Luiz lembra que quando chegou no hospital, não aguentava mais de dor e pediu ajuda ao médico e acabou desmaiando. Ele conta que acordou depois de 10 dias em Florianópolis.
A notícia
“Quando acordei, achei que tinha perdido a minha língua, pois não conseguia falar. Depois de um tempo, veio um pessoal e me explicou onde eu estava. Um médico me falou que eu estava entubado e eu precisava passar por uma bateria de exames. Depois de desentubado, uma equipe de médicos, enfermeiros e psicólogos para me dar a notícia que eu tinha perdido os dois pés, a mão direita e ainda não tinha perdido a esquerda”, detalhou.
De acordo com Luiz, ele pediu para a equipe se tinha mais alguma coisa, quando teve a resposta de que os médicos não sabiam como ele estava perfeito. “Apesar das amputações, eu estava perfeito. Agradeci a todos por ter me ajudado e a Deus por me deixar continuar vivendo. Sabia que continuaria junto de minha família, qual eu posso contar sempre e amigos”, frisou.
Depois de nove dias, os dedos da mão esquerda de Luiz começaram a necrosar. O médico deu duas opções: amputava três dedos da mão que estava necrosado ou amputava o braço. “Pedi ao médico qual a chance que eu tinha de dar certo. O médico me disse que era de 25% a 30%. Não pensei duas vezes e pedi para amputar o braço. Eu acredito que quem perdeu três membros, perde quatro”, descreveu.
Emoção em estar vivo
Luiz descreve que teve uma segunda chance de vida, sem os membros, mas mesmo assim pode desfrutar bons momentos com a família e amigos. “Perdi os pés, os dois braços, mas mesmo assim fiquei feliz em continuar vivo e grato pela segunda oportunidade que recebi”, frisou.
Luiz é a primeira pessoa em SC a receber o braço biônico
Luiz recebeu, na semana passada, algo que irá ajudar a ter uma melhor qualidade de vida. Ele foi o primeiro catarinense a receber o braço biônico. “Vai me ajudar a fazer coisas que as pessoas acham que é simples, mas é muito difícil. Isso vai desde segurar uma chave, comer sozinho. Há dois anos que eu sou dependente de alguém para me alimentar. Agora poderei ser independente novamente. Agora tudo ficará mais fácil. É uma conquista voltar a ter independência”, finalizou.
Com informações do jornalista Denilson Araújo.
