Sem perspectiva de um acordo, a greve dos bancários chega ao 15º dia no país. Em Santa Catarina, as adesões de trabahadores e o fechamento de agências não param de crescer.
De acordo com o sindicato dos servidores, “apesar das filas de clientes nas salas de autoatendimento, em casas lotéricas e terminais de serviços, a população tem sido compreensiva às reinvindicações dos trabalhadores”.
A greve nacional começou em 6 de setembro, e até agora, só na Grande Florianópolis, das 150 agências, ao menos 115 estão fechadas. Das 63 agências da região de Joinville, cerca de 42 não estão atendendo clientes. Em Araranguá, das 21 instaladas na cidade e região, 19 estão fechadas.
De acordo com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias instaladas e até segunda (19), 13.071 estavam sem atendimento.
Apesar de um reunião entre a categoria e a Federação Nacional dos Bancos na última quinta-feira (15), o impasse sobre ajustes salariais permanecem.
“Em anos anteriores, temos fechado campanhas com índices de aumento, mas agora, querem nos pagar apenas abono, nem o valor da inflação do período estão dispostos a nos dar, porque a inflação aumentou em 9,37% e a intenção dos bancos é nos repassar apenas 7%”, disse Marcos Túlio, presidente do sindicato dos Bancários de Blumenau e região.
No Vale do Itajaí, das 110 instaladas, aos menos 40 estão fechadas pelos grevistas. “A população está nos apoiando, porque entende o nosso lado. Outras categorias já conquistaram mais do que os 7% e os banqueiros que são os que mais lucram neste país, querem nos dar o menor ajuste”, Túlio.
Na região serrana, em Lages, são cerca de 25 agências instaladas e 18 fechadas pela greve.
A reportagem do G1 tentou o contato com os sindicatos de Chapecó, Videira e Criciúma, mas até a publicação desta notícia não teve sucesso.
Reivindicações
A categoria havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban – de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.
Os sindicatos alegam que a oferta não cobre a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial – no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.
A Fenaban disse em nota que “o modelo de aumento composto por abono e reajuste sobre o salário é o mais adequado para o atual momento de transição na economia brasileira, de inflação alta para uma inflação mais baixa”.
Atendimento
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.
Greve passada
A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro do ano passado e teve duração de 21 dias, com agências de bancos públicos e privados fechadas em 24 estados e do Distrito Federal. Na ocasião, a Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria.