A história da Guerra do Contestado com foco nos caboclos e sertanejos foi tema de palestras do dr. Nilson César Fraga. Na noite de terça-feira (21), o teatro da UNIARP recebeu acadêmicos e professores, e pela manhã (22) mais de 700 alunos da rede pública e particular. A tarde a Câmara Municipal sediou o evento para mais de 200 estudantes da rede pública. A iniciativa oferece suporte à segunda edição da Semana do Contestado em Caçador, a ser realizada final de outubro.
A abertura dos trabalhos foi feita pelo presidente da Casa Legislativa, Valmor de Paula. “Agradecemos a presença de todos, tal como os representantes das instituições parceiras na realização da Semana do Contestado e na realização desse evento. Enaltecemos a iniciativa do vereador Ricardo Pelegrinello que deu início a essa mudança de cultura em nosso município e região através da releitura da Guerra do Contestado”, elucida.
O vereador Ricardo Pelegrinello comentou a gratificação de dar continuidade ao projeto iniciado em setembro do ano passado. “Nesse ano decidimos investir na base, informar o professor para debater o assunto em sala de aula, e para que os alunos conheçam a importância desse debate que é um resgate de nossa história, um resgate da nossa autoestima, do orgulho caboclo, e ninguém melhor que o professor Nilson Fraga para fazer essa tradução de forma didática”, explica.
Participaram do evento: os vereadores Ricardo Pelegrinello e Glaci Cardoso, e os parceiros Paulo Gonçalves, secretário municipal de Educação; Eduardo Nascimento, diretor do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC; câmpus de Caçador; Marcele Guzella, da Agência de Desenvolvimento Regional de Caçador – ADR; Gustavo Loeff, do SESC; Cristina Teixeira, presidente da Fundação Municipal de Cultura.
Durante a sua abordagem, o professor Nilson Fraga revelou a herança da guerra e alguns fatos pitorescos vividos na região do Contestado. “O caboclo é todo semblante que habita esse sertão, e para matá-los foram contratados 3 mil homens que tinham a missão de ‘limpar’ essa região para que outros pudessem ocupar a área. As pessoas eram mortas de ‘forma cristã’, ou seja, o exército enchia o bucho do caboclo antes de passar a faca no pescoço”, detalha.
Herança da Guerra do Contestado
“O Contestado é a porção mais pobre de Santa Catarina, há 100 anos a região espera desenvolver. Todos os municípios do Contestado têm índice que variam entre 20% a 48% de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, uma coisa socializamos em 100 anos: a pobreza. Essa é a herança da guerra, uma espécie de castigo para catarinenses e paranaenses”, analisa o professor Nilson Fraga, durante palestra na Câmara Municipal de Caçador.