O chamado erro 53 desabilita o aparelho e torna as informações internas inacessíveis.
Seu nome é “erro 53” – e é implacável.
A mensagem aparece após a última atualização do sistema operacional da Apple, o iOS 9, em aparelhos iPhone 6 que passaram por algum reparo “não oficial” (fora dos centros de serviço autorizados). E faz com que o telefone deixe de funcionar.
O erro, na verdade, não é novo. Em informação publicada no site de suporte técnico da Apple e atualizada em 21 de dezembro, a empresa explica: “Quando o iOS encontra um módulo de Touch ID (o sistema de reconhecimento de impressões digitais do iPhone) não identificado ou inesperado, a verificação falha”.
E completa: “Por exemplo, uma mudança de tela não autorizada ou defeituosa pode causar um erro na verificação”. Neste caso, segundo a empresa, deve-se contatar o suporte da Apple para “informações sobre preços para consertos fora da garantia”.
A novidade é que com o iOS 9 não importa se o reparo fora dos serviços autorizados ocorreu há semanas ou meses. O software identifica a operação e desabilita o telefone.
Quando isso ocorre, dados sem cópias de segurança (como fotos) ficam inacessíveis.
Até agora não há uma forma de reverter esse erro, nem nas lojas oficiais da Apple, e também não se sabe quanto usuários foram afetados.
‘Medida de segurança’
Em comunicado enviado à BBC, a Apple informou que o erro 53 é “resultado de revisões de segurança”.
“Levamos a segurança dos nossos clientes muito a sério”, diz a nota. “O iOS checa se o sensor de Touch ID em seu iPhone ou iPad coincide de forma correta com outros do dispositivo”.
“Se o iOS encontra um desajuste, essa checagem falha e o Touch ID, incluindo a função Apple Pay, é desabilitado. Essa medida de segurança é necessária para proteger seu dispositivo e prevenir o uso fraudulento do sensor de Touch ID”.
A Apple recomenda a usuários que verificaram esse erro a procurar o suporte oficial da empresa.
Sem alternativa
Usuários costumam recorrer a reparos não autorizados por dois motivos básicos: porque são mais baratos ou pela ausência de empresas autorizadas onde vivem.
A empresa recomenda o contato com o suporte oficial, mas nem todos os países contam com o serviço.
O fotógrafo Antonio Olmos, que se diz viciado em produtos Apple, disse ao jornal inglês The Guardian que teve que recorrer a um reparo pirata quando trabalhava na Macedônia durante a atual crise de refugiados.
“Meu telefone caiu, e como precisava dele desesperadamente para trabalhar, mandei consertá-lo numa loja local, pois não há lojas da Apple na Macedônia. Consertaram a tela e o botão Home (início), e funcionou com perfeição”, disse. Mas apenas até a atualização do software.
“Como uma companhia pode deixar seus próprios produtos inúteis com uma atualização e nem alertar os clientes sobre isso?”, questionou o fotógrafo.
Uma possível solução, segundo especialistas em tecnologia, seria dar a opção aos usuários de recalibrar os aparelhos em uma loja Apple, evitando que os aparelhos deixassem de funcionar.