Pesquisa do IBGE divulgada nesta quarta-feira aponta queda no volume de vendas em todos os estados brasileiros na comparação com o mesmo período do ano passado, mas o comércio varejista catarinense mantém ritmo de crescimento no acumulado de 12 meses (0,3%). Em Santa Catarina, o recuo em agosto foi menor do que no país (-7%), registrando -5,5% em comparação ao mesmo período em 2014. Em relação ao mês de julho, o estado registrou a redução de 2,1% das vendas.
A alta de 0,3% no acumulado de 12 meses ainda é considerada modesta, segundo Luciano Córdova, analista Econômico da Fecomércio-SC. Esta variação é fruto da inflação elevada, que reduz a massa salarial e o poder de compra das famílias, dos juros altos, que restringem o crédito, e da deterioração do mercado de trabalho.
A combinação de fatores tem impacto negativo nas expectativas, as quais o consumo está fortemente atrelado: “Os resultados preocupam, visto que a desaceleração do setor está se prolongando por um longo período. No entanto, o resultado do mês de agosto confirma o fato de Santa Catarina ter melhores condições de sair desse cenário de retração econômica, dado que no Brasil a variação no volume de vendas em 12 meses caiu de -1,0% para -1,5%, entre julho e agosto. Já no estado, o indicador manteve-se praticamente estável, variando 0,1 pontos percentuais entre os mesmos meses. Isso se deve principalmente ao fato da maior diversificação econômica de Santa Catarina, capaz de produzir uma retração menor da renda”, garantiu o economista.
Um dos segmentos que não foi afetado, o setor de farmácias verificou um crescimento de 4,9%, quando comparado com agosto de 2014.
No cenário nacional, o comércio varejista registrou, em agosto de 2015, queda de quase 7% no volume de vendas, em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de um ano, o resultado fechou com queda de -1,5%, o mais baixo desde fevereiro de 2004. Segundo a pesquisa do IBGE, agosto foi o sétimo mês seguido com percentuais negativos na comparação com o mês anterior. A pesquisa também apontou o total das vendas, com percentual de 9,7% abaixo do nível recorde alcançado em novembro de 2014.