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Desesperada, mãe implora por ajuda para filho há quase 1 ano na UTI

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A mãe de Bruno Cachoeira, que está há quase um ano na UTI do hospital São Vicente, em Curitiba, fez um relato emocionante no Facebook e implorou por ajuda.

Com uma montagem de fotos, Edi Cabeleireira descreveu a situação atual do filho, que sofre de hidrocefalia e já perdeu os movimentos de todo o corpo.

O pedido dela é auxílio para custear uma homecare (continuidade do tratamento do filho em casa), que seria um dos sonhos de Bruno.

Acompanhe o relato emocionante de Edi:

“Esse é o meu filho, Bruno. Bruno tem 27 anos e ‘mora’ na UTI do Hospital São Vicente (Curitba) há UM ANO. Sua jornada começou muito tempo antes, aos sete anos reparei que meu filho sempre caia ao caminhar, dava alguns passos e logo ia de encontro ao chão. Desesperada, como toda mãe que vê o seu filho – sempre sorridente e cheio de vida – sofrendo qualquer male que seja, procurei ajuda profissional. Levei-o a um ortopedista em Caçador, nossa cidade natal, já que não sabia exatamente o que acontecia, precisava ao menos de um ponto de partida. O ortopedista logo o encaminhou para um neurologista em Curitiba e o diagnóstico do Bruno veio logo em seguida. Bruno sofria de hidrocefalia. (Para quem não sabe, hidrocefalia é o acumulo de líquido dentro do crânio). Passou por sua primeira cirurgia logo em seguida, a colocação de uma válvula no cérebro que ajudaria a drenar todo esse líquido acumulado. A cirurgia foi muito bem sucedida e após 10 dias internado para recuperação, Bruno voltou para casa e levou uma vida normal durante anos.

Aos 26 anos a nossa vida mudou drasticamente. Bruno passou uma semana inteira reclamando que a mão direita e a perna esquerda formigavam. Levei-o para uma consulta com um endocrinologista, porque o meu filho estava acima do peso, e tinha hipertensão e diabetes. O tratamento tanto para a pressão alta, quanto para o diabetes foi seguido, mas ele continuava a se queixar, agora tontura fazia parte dos seus sintomas. Decidi leva-lo ao cardiologista para descartar uma trombose e só então foi feita uma tomografia. O exame mostrou uma grande quantidade de fluídos na cavidade cerebral, a válvula colocada ali há anos já não funcionava mais. Optamos por fazer o novo tratamento da hidrocefalia com o mesmo médico que cuidou dele quando era pequeno, ao invés de um neurologista em Caçador. A primeira cirurgia dele tinha dado certo, então confiávamos muito no neurologista. Voltamos para Curitiba, para o Hospital São Vicente, que era onde o neuro operava. Aproveitei para perguntar se ele teria qualquer sequela, ele respondeu nos assegurando que não, ‘Se ele não teve sequela aos 7 anos, não será agora que terá’.

Bruno foi operado pelo SUS, o médico queria usar uma tecnologia nova e disse que talvez precisasse de duas cirurgias para ter o efeito completo, ouvi as palavras ‘agulha’ e ‘fibra ótica’, a cirurgia toda seria feita por um pequeno corte na cabeça. Foram feitas as duas cirurgias. Nenhuma deu certo.

O neurologista decidiu fazer uma terceira, e dessa vez colocaria uma nova válvula, mas a deixaria desativada. Ele teve alta e passou um mês inteiro em casa, precisou de muita fisioterapia, porque a cirurgia tirou parte do movimento de uma das pernas, mas conseguiu se recuperar. Voltamos ao consultório do médico, para uma reconsulta pós cirurgia e parecia estar tudo bem. Uma semana depois ele começou a vomitar e não se sentia bem. Fomos mais uma vez para o hospital e fez uma nova cirurgia para tentar drenar o líquido que voltou a se acumular. Bruno passava uns dias bem e outros mal. Cada vez que ele piorava, uma nova operação era feita. Chegou a fazer duas cirurgias em menos de uma semana.

Bruno foi para casa após a 5º operação, mas continuava piorando. Depois de uma nova tomografia, o médico responsável se recusou a fazer nova cirurgia, preferiu deixar o meu filho em observação, e em observação ele ficou por 10 dias. Os movimentos do corpo foram se perdendo e ele já não conseguia ficar em pé, não tinha mais forças e desabava ao chão quando tentava.

Decidiram, então, fazer uma ressonância magnética e o neurologista nos disse que Bruno teria tido 3 AVCs em diferentes partes do cérebro, e que ficaria daquele jeito, inerte na cama, não tinha mais nada a se fazer se não fisioterapia. Desacreditados, voltamos à Caçador onde ele passou 10 em casa, sem andar ou falar e foi perdendo a visão. Ao avisar o que estava acontecendo para o médico, tudo o que ele pediu foi um vídeo para comprovar o estado. As sessões de fisioterapia eram seguidas à risca e chamamos um neurologista da cidade para uma consulta em domicílio. O novo médico desmentiu o diagnóstico de AVC e alegou que o cérebro do meu filho estava tomado por água. No dia seguinte Bruno não acordou. Estava com os dentes travados e não acordava por nada, entrara em coma e precisava, com urgência, de uma UTI móvel para leva-lo de Caçador até Curitiba, mas a UTI móvel custava R$16mil reais que não tínhamos de onde tirar. Depois de muito procurar, conseguimos uma ambulância em Rio Das Antas para levá-lo à Curitiba; a ambulância não dispunha de todos os cuidados que ele precisava, mas conseguimos chegar mais uma vez ao hospital onde ficamos por 3 dias sem sequer ver o médico. A partir daí foi cirurgia atrás de cirurgia e ele nunca apresentou melhoras. Após uma crise de febre, foi admitido na UTI, onde permaneceu por 10 dias, o médico ainda se recusava a diagnosticar e tratar. Teve alta da UTI e foi para o quarto. Dois dias depois precisou voltar para a UTI.

Seus pulmões já não funcionavam mais, precisava que uma máquina respirasse por ele e logo fez uma traqueostomia. Por passar tanto tempo deitado, desenvolveu uma escara na pélvis que chegou ao osso. Precisou então de uma colostomia. Teve Síndrome da Angustia Respiratória.

Hoje, Bruno, que continua lúcido e sabe tudo o que acontece a sua volta, tem 4 válvulas na cabeça e perdeu todos os movimentos do corpo. No dia 10 de Outubro de 2015 completará um ano que ele está na UTI. Meu filho, antes tão risonho e cheio de vida foi se perdendo, passa o dia na companhia de enfermeiros e ‘preso’ entre quatro paredes. Os médicos já não sabem se ele não consegue respirar por motivos musculares ou neurológicos e ver o meu filho sem vontade de viver me coroe por dentro.

Os médicos dizem que ele é um forte candidato a uma vaga para reabilitação no hospital Sarah Kubitschek, onde ele não pode ser aceito por conta da escara que desenvolveu.

Ele só tem dois desejos: melhorar e ir para casa, mas o SUS só nos dá direito a dois meses de homecare, e o custo do homecare particular chega a R$20mil por mês.

Esse é o clamor de uma mãe que há um ano só pode ver o seu filho duas vezes ao dia, por meia hora. Uma mãe cujas mãos estão atadas, uma vez que os médicos dizem o filho passará o resto da vida morando em uma UTI. Peço que compartilhem essa história, quanto mais pessoas souberem, talvez chegue aos ouvidos de quem possa nos oferecer uma saída. Estamos fazendo uma vaquinha para tentar custear o Homecare. Tudo o que eu quero é o que toda mãe precisa, ter o seu filho bem e perto de si”.

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