O orientador clarifica as contradições e confrontos, procurando analisar a situação vigente e, a partir de tal análise, buscar auxiliar o aluno a compreender as redes de relações que na sociedade se estabelecem. Levando em conta que o coletivo escolar não é abstrato, o orientador dinamiza e mobiliza as questões relacionadas ao conjunto, terminando na formação de indivíduos que devem pensar, criar e agir. (GRINSPUN, 2002).
No que tange à identidade do orientador educacional como um profissional e o seu posicionamento diante da vida, Folberg (1986) sustenta que esses são fatores que caracterizam o desencadeamento do processo de orientação.
Se toda identificação profissional pressupõe reforço de valoração, supõe-se que o orientador educacional vivencie valores pessoais na sua atuação.
No entender dessa autora, crenças, valores e atitudes da pessoa, ao serem associados com elementos comportamentais comuns a uma determinada profissão, delineiam um perfil profissional.
Na medida em que se identificar maior coerência entre os valores pessoais e as expectativas sociais, a identidade profissional torna-se mais consciente.
Grinspun (2002) sustenta que na pedagogia tradicional, o orientador participa da elaboração de testes e instrumentos de medida. Já na pedagogia renovada, o orientador educacional acompanha o processo como consultor, clarificando as mudanças, sugerindo atividades que estimulem tanto o desenvolvimento do aluno, quanto a ampliação e o aprofundamento dos conteúdos.
Nesse sentido, quanto mais clara e precisa a definição das metas a serem alcançadas pela profissão, mais objetivo e definido será o desempenho deste profissional. (FOLBERG, 1986).
Destarte, o orientador educacional dialetiza as relações e percebe o aluno como um ser real, concreto e histórico. A partir do conhecimento do aluno é que é elaborado o projeto político-pedagógico da Escola, no qual a orientação exerce um papel de destaque e relevância.
Na concepção de Folberg (1986), o orientador educacional, em muitas situações, submete-se às expectativas de pessoas que desconhecem o que seja a orientação educacional e se sujeita a pressões quando não possui a segurança e maturidade em relação ao seu papel e a sua identidade.
Isso resulta em uma imagem desgastada pelo desempenho de tarefas que não são específicas da orientação educacional e a abrangência de seu campo de ação prejudica a identificação profissional e desvaloriza a profissão.
Portanto, o posicionamento do orientador educacional, segundo Folberg (1986), necessita incluir uma ética profissional, debatendo questões práticas, capazes de suscitar-lhe operações de pensamento que o desafiam e conduzem à reflexão e à pesquisa em busca de uma autêntica identidade, apoiada em valores significativos.