Em entrevista concedida ao vivo no programa Bom Dia Santa Catarina, da RBS TV, nesta quarta-feira (11), o deputado estadual Reno Caramori (PP) declarou que os representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) devem ir para o inferno, referindo-se às mortes provocadas por acidentes na BR-101, no trecho do Morro dos Cavalos, no município de Palhoça, na Grande Florianópolis (veja vídeo no site do G1).
Procurado pelo G1, o deputado repetiu as declarações e explicou que a crítica não é destinada aos índios, mas aos integrantes da Funai. Segundo Caramori, o diabo tinha que estar esperando na porta. Para ele, o órgão está emperrando obras de ampliação no trecho da rodovia. A Funai negou as acusações.
Se existe inferno, esse pessoal da Funai deve ir para o inferno, vivo, para recompensar as mortes que houveram nesse trecho, disse o parlamentar durante a entrevista. O Morro dos Cavalos é um dos pontos considerados mais críticas da BR-101, em Santa Catarina. No último dia 18 de novembro, o governo federal autorizou a construção de uma quarta pista no trecho com o objetivo de desafogar o trânsito da rodovia no sentido Sul.
Na ocasião, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou que será uma obra paliativa, enquanto o túnel não é construído. Em setembro, o Instituto do Meio Ambiente [Ibama] liberou uma licença prévia para a construção dos túneis, mas ainda falta a autorização definitiva do órgão. Já a construção da quarta faixa não necessitará de licenciamento ambiental.
Esperando edital
Presidente da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Câmara, o deputado disse que aguarda o edital para o início das obras. Os índios não estão nem aí. Os índios querem saúde, querem educação, querem melhor qualidade de vida. [Os índios] não estão interessados se vai tirar mais um barranco para fazer mais uma pista para que se diminua os acidentes nesse trecho, comentou.
Essa obra não é de Santa Catarina somente, essa obra liga o Brasil com a Argentina, com o Uruguai. [Está] morrendo gente, repito, e a insensibilidade da Funai, que já chamamos muitas vezes à responsabilidade, [mas] não estão nem aí, deixa morrer, não tem problema. Agora, se mexer com metro de terra aonde foi denominada terras indígenas, pelo amor de Deus, não pode, acrescentou ele.
O coordenador regional da Funai, João Maurício Farias, afirmou que vai tomar providências judiciais sobre o modo calunioso e difamatório como agentes públicos e profissionais da imprensa têm se referido ao órgão e aos índios. Não estamos emperrando o processo de duplicação do trecho do Morro dos Cavalos. A Funai não tem responsabilidade de conceder licenças ambientais.
Com informações do Portal G1 Santa Catarina.