Oliveira (2004) sustenta que a centralização no modo verbal da comunicação e expressão dos conteúdos, a ausência ou a fragilidade do ensino de Filosofia, a compreensão de que a arte na educação tem como finalidade apenas proporcionar o lazer, as poucas oportunidades em termos de apoio por parte dos órgãos responsáveis pela promoção da pesquisa acadêmica na área de arte, entre outros fatores, contribuem negativamente na preparação dos sujeitos para o acesso ao universo de significados expostos em forma de arte.
Neste sentido, Barbosa (2003) afirma que nem a arte-educação como investigação das formas pelas quais se aprende arte, nem a arte-educação como facilitadora entre a arte e público podem prescindir da inter-relação entre história da arte, leitura da obra de arte e fazer artístico. Somente um fazer consciente e informado pode tornar possível a aprendizagem em arte.
Tem-se conhecimento de que a arte na escola não tem por objetivo formar artistas, seu objetivo é propiciar a formação de conhecedores, fruidores e decodificadores da obra de arte.
Uma sociedade só é artisticamente desenvolvida quando ao lado de uma produção artística de alta qualidade há também uma alta capacidade de entendimento desta produção pelo público.
Desenvolvimento cultural que é a alta aspiração de uma sociedade só existe através do desenvolvimento artístico neste duplo sentido.
De acordo com Barbosa (2002), é paradoxal que, entrementes que a sociedade moderna coloca na hierarquia cultural a arte como uma das mais altas realizações do ser humano, construindo museus para expor os frutos da produção artística e salas de concerto para atingir as mais altas experiências estéticas a que se pode chegar através da música, relega para segundo plano a arte na escola.
Assim, paralelamente em que se reconhece que a arte representa a apoteose cultural de uma sociedade, reserva-se um espaço bem pequeno para ela na instituição educacional. Com isso, só uma pequena minoria acaba por ser capaz de apreciar e usufruir da experiência estética apresentada nestes espaços, ou seja, aos códigos da arte erudita tem acesso apenas uma pequena elite.
Neste sentido, procedem as ponderações de Oliveira (2004) ao afirmar que existem no cotidiano nacional, como em qualquer outra sociedade, um acervo e uma produção constante de significados expressos em um tipo especial de produto, a imagem estética. Porém, a maior parte dos indivíduos, mesmo tendo contato com sua expressão, não consegue ter acesso ao seu verdadeiro significado.