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Em Canoinhas, bebê morre ao ser esquecido pela mãe no carro

Jonathan Ribeiro

Jonathan Ribeiro

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Quando a mãe se deu conta, o bebê já estava sem vida com sinais de insolação

Um  bebê, de um ano e sete meses, morreu dentro do carro da mãe nesta quarta-feira, 13, em Canoinhas. Segundo a mãe do menino, ela saiu de casa para levar o filho para a creche. Depois disso, foi para o trabalho em uma repartição pública municipal.

Às 17h30, ao deixar o trabalho, ela foi até a creche para apanhar o bebê. Chegando no local, ouviu das professoras que ela não tinha levado o menino à creche nesta quarta. Desesperada, a mãe começou a pensar no que teria ocorrido quando se deu conta que a criança estava na cadeirinha, no banco traseiro do carro. Ao tentar salvá-la, a criança já estava morta, com sinais de insolação no rosto. A temperatura passou dos 30 graus nesta quarta em Canoinhas.

A Polícia Militar foi chamada e abriu um boletim de ocorrência para registrar o caso. Transtornada, a mãe foi levada à Delegacia para prestar depoimento.

LAPSO

Este não é o primeiro caso registrado de pais que esquecem bebê no carro por simplesmente abstraírem a tarefa de deixá-los na creche. David Diamond, PhD e professor de psicologia na Universidade do Sul da Flórida, disse em entrevista à revista Crescer que isso acontece não necessariamente porque o familiar foi negligente com a criança, mas devido a um problema de memória. “A resposta mais comum é que apenas pais ruins ou negligentes esquecem as crianças nos carros”, diz Diamond. “É uma questão de circunstâncias. Isso pode acontecer com todo mundo.”

De acordo como especialista, a questão envolve duas partes da memória das pessoas: a prospectiva e a semântica. A primeira é responsável por nos ajudar a lembrar de fazer algo no futuro, já a segunda é a que permite que os motoristas façam a viagem do trabalho para casa, por exemplo, no “piloto automático”, onde chegam sem se lembrar de detalhes claros de como foram até lá.

Memórias prospectivas e semânticas trabalham juntas para nos ajudar a fazer mudanças em nossas rotinas, que podem incluir coisas como “deixar o bebê na creche” ou “parar para fazer compras a caminho de casa”. “Quando a memória de trabalho falha, como quando estamos distraídos ou estressados, pode haver implicações catastróficas”, diz Diamond.

“O sistema cerebral do hábito é uma grande conveniência que nos permite entrar no piloto automático”, afirma o especialista. “A beleza disso é que não precisamos nos lembrar de cada curva, mas o problema é que isso está realmente guiando nosso comportamento. Quando orienta nosso comportamento, suprime a outra parte do cérebro que deveria nos lembrar de informações adicionais”, explica.

Diamond destaca que nosso cérebro é multitarefa e, exatamente por isso, pode haver confusões. “Temos que aceitar que a memória humana é falha. Isso inclui quando pais amorosos e atenciosos perdem a consciência a respeito dos seus filhos quando estão no carro”, reforça. Essa situação se agrava se os pais estão passando por situações como alto estresse, privação de sono e mudança de rotina.

Com informações JMAIS 

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