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Colunista da Folha de SP mente ao publicar artigo acusando residências de SC de saudação nazista

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A colunista Giovana Madalosso, da Folha de São Paulo, publicou um artigo mentiroso, acusando residências de Santa Catarina de terem, em seus telhados, uma saudação nazista.

Na sua publicação, ela dá uma demonstração clara da falta de respeito e de capacidade de fazer o básico do Jornalismo: ouvir os dois lados.

Giovana fez questão de escrever que as escritas Heil, nos telhados de algumas residências, em Urubici, seriam saudações nazistas. E mais: ficou abismada de que a Polícia não faz nada a respeito e insultou os catarinenses, citando a votação de mais de 69% para o candidato derrotado nas eleições presidenciais, Jair Bolsonaro.

O outro lado

Entretanto, a presepada da jornalista seria facilmente evitada se ela tivesse feito uma pesquisa simples no Google e não saísse escrevendo a esmo, como fez.

Heil, neste caso, são referências ao sobrenome da família proprietária das residências. No Facebook, é possível encontrar o perfil das Casas Particulares Heil (https://www.facebook.com/p/Casas-particulares-Heil-100063477911959/).

O empresário, Valmor Heil, aluga as casas para temporadas, ou seja, as casas eram desse proprietário e nada tem a ver com a alegação da colunista.

Ironia

Pelo caminho percorrido pela colunista, em Santa Catarina, pode ser que ter passado por uma rodovia que também é Heil: Rodovia Antonio Heil, onde fica a sede da Havan.

Twitter desmascara Fake News da Folha

No Twitter, os usuários inseriram uma nota, desmascarando a Fake News da Folha:

“O sobrenome do proprietário das casas é Heil.

Valmor Heil constrói casas para temporada e coloca o nome da família Heil nos telhados para identificá-las.

A reportagem falsamente acusa o proprietário de praticar nazismo e promove perseguição através das redes sociais.

https://www.facebook.com/reel/171817585822389/?s=single_unit

https://www.facebook.com/people/Casas-particulares-Heil/100063477911959/

 

Confira a Fake News publicada pela Folha

Fui surpreendida por uma possível saudação nazista

GIOVANA MADALOSSO 21 MAIO 2023 |

No começo deste mês, eu, meu companheiro e nossos filhos viajamos para uma cidade de Santa Catarina. Um amigo, que me deu dicas do que fazer na região, já havia me contado sobre a existência de uma casa possivelmente exibindo uma saudação nazista, mas eu não botei muita fé. Quer dizer, conhecendo bem o estado e sabendo que 69% de seu eleitorado votou em um fascista, até botei, mas achei que era coisa discreta, furtiva. Tanto que, não tendo o endereço, nem esperava encontrar a tal residência, embora meu espírito de jornalista já estivesse atento desde o momento em que saímos da estrada repleta de araucárias e entramos na avenida de casinhas bucólicas entremeadas por vitrines com casacos e cachecóis.

Foi no segundo dia, que o telhado despontou ao acaso, rompendo a serenidade do céu azul com seu absurdo. Lá estava a palavra HEIL, escrita com telhas brancas em meio a marrons, grande e destacada o bastante para ser lida a distância. Para não deixar dúvida, havia ainda outra casa, ao lado da primeira, exibindo a mesma palavra em telhas igualmente gritantes.

Meus enteados, de 14 e 18 anos, perguntaram se aquilo era de fato uma alusão ao nazismo. Expliquei que possivelmente, já que Heil, Hitler (Salve, Hitler) era uma conhecida saudação nazista, familiar a todos que falam alemão e aos que sabem um pouco mais sobre a Segunda Guerra. Ou seja: era impossível que aqueles moradores não tivessem consciência do que suscitavam com suas telhas arianas. E, ainda que tivessem chega do de Marte há poucas semanas e tudo neste mundo ignorassem, em circunstâncias normais teriam sido avisados do ultraje por seus vizinhos.

O que nos fez pensar na conivência da comunidade à nossa volta. E na das autoridades. Por que a polícia não faz nada? O mais velho perguntou. Naquele momento, eu não tinha resposta. Precisei voltar de viagem e conversar com uma advogada criminalista para saber.

Em diversos países, aquelas fachadas configurariam apologia –na Alemanha, qualquer tipo de referência ao nazismo é crime e as redes sociais também são punidas por qualquer manifestação dessa ordem. No Brasil, a lei prevê punição apenas para o uso da suástica, algo que precisa ser revisto com urgência já que o neonazismo utiliza códigos diversos, como o 88 (repetição da oitava letra do alfabeto, HH de Heil, Hilter) e vem criando outros a cada dia, na velocidade do mundo digital, para se comunicar com seus adeptos sem policiamento. De qualquer forma, como vim a saber, mesmo com a nossa legislação, há brechas para impedir o uso do Heil.

Já planejando tirar uma foto para esta coluna, pedi para o meu companheiro estacionar perto das casas. Eu e meus enteados descemos. Cogitei tocar a campainha, talvez conversar com os moradores, mas fiquei receosa de envolver os garotos numa situação imprevisível –uma vez quase apanhei ao fotografar uma casa na colônia Witmarsum.

Ficamos um pouco por ali. Eu tirando fotos, os dois fitando as construções. Num certo momento, virei para o lado e vi o rosto do mais novo, a expressão triste emoldurada pelo capuz de moletom. Lembrei o que ele tinha passado havia poucas semanas: o medo de ir para aula e ser morto a tiros ou facadas quando anunciaram possíveis ataques –um terço dos episódios ocorridos em escolas do país é ligado ao neonazismo.

Chamei os dois para ir embora. Embarcamos num silêncio soturno que só foi rompido quando chegamos ao nosso destino.

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