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Em pouco mais de um mês, cerca de 7 feminicídios foram registrados em SC

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Em pouco mais de um mês, cerca de sete feminicídios foram registrados em Santa Catarina. Os crimes contra mulheres ocorreram em diferentes regiões do estado e têm aumentado a cada dia.

Geralmente, os crimes ocorrem de forma e com motivos parecidos. Estrangulamento, tiros, facadas e agressões fazem centenas de vítimas em todo Brasil, muitas vezes por ciúme e por não aceitar o fim do relacionamento.

No dia 29 de outubro, uma mulher de 46 anos foi morta a facadas em Itaiópolis, no Planalto Norte de Santa Catarina. O principal suspeito do crime é o companheiro dela. A vítima, identificada como Licir Franco de Oliveira, possuía ferimentos na cabeça, braços, peito e abdômen, com hemorragia abundante. Ela chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

O acusado, também de 46 anos, foi localizado e detido no mesmo dia do crime. Depois, foi encaminhado à delegacia, em Mafra.

No dia 7 de novembro, Mariza Fátima Ferreira, de 41 anos, foi encontrada sem vida na casa onde residia, em Itajaí, no litoral Norte de Santa Catarina. A mulher foi localizada na cama, escondida embaixo de um lençol, com marcas de agressão pelo corpo. As filhas não sabiam que a mãe estava no local, sem vida, e informaram a Polícia Militar através de ligação, dizendo que estavam trancadas em um dos quartos da casa.

O suspeito do crime, ex-companheiro de Mariza, estaria em saída temporária da Penitenciária Industrial de Joinville e não havia retornado na data marcada. O principal motivo de ele ter cometido o crime, segundo a PM, seria uma infidelidade da esposa.

No dia 12 de novembro, uma mulher de 30 anos foi morta no apartamento que residia, no bairro Bom Pastor, em Chapecó, Oeste do estado. A vítima foi encontrada embaixo da cama, em um dos quartos.

O suspeito, um homem de 46 anos, se jogou da sacada do quarto andar após o crime. Ele foi socorrido com ferimentos. A Polícia Civil investiga a causa da morte.

No dia 23, Miriam Pessoa, de 33 anos, foi estrangulada e teve o corpo carbonizado pelo companheiro, que fugiu em seguida. O caso foi registrado em Tijucas, no litoral catarinense.

O acusado admitiu ter cometido o crime e disse que havia dado uma “mata-leão” na companheira. Miriam teria ficado desacordada, momento em que o autor ateou fogo no colchão e fugiu da casa. A mulher era mãe de um menino de 12 anos.

Alessandra Abdalla, professora auxiliar de 45 anos, que lecionava em Florianópolis, foi assassinada com vários tiros quando chegava para trabalhar, no dia 24 de novembro. O autor do crime é o ex-companheiro e policial militar. Imagens do local conseguiram identificar o homem que, após uma discussão, atirou contra Alessandra e fugiu.

No dia 29 de novembro, Angela Vidarenko, de 30 anos, foi morta a tiros pelo companheiro, de 27 anos. O caso aconteceu em Campos Novos, no Meio-Oeste catarinense. A mulher era natural da Argentina, mãe de duas crianças e casada com o suspeito, que possuía passagens policiais.

Na manhã desta segunda-feira, dia 5, Ivete Ribeiro, de 41 anos, foi encontrada sem vida na casa onde morava, no bairro Bela Vista, em Xanxerê, também no Oeste de Santa Catarina.

Ivete não tinha lesões aparentes, mas a suspeita é que tenha sido morta por sufocamento. O principal suspeito é o esposo da mulher, que foi localizado e preso ainda na manhã desta segunda-feira, na cidade. Ele tem 48 anos e possui mais de 70 passagens pela polícia por vários tipos de crime.

 

Medida protetiva

Segundo a Polícia Civil, entre janeiro e outubro deste ano, 50 feminicídios foram cometidos em Santa Catarina. No mesmo período, mais de 19 mil solicitações de medidas protetivas foram feitas no estado, conforme o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).

As medidas protetivas são mecanismos previstos na Lei Maria da Penha para proteger mulheres que sofrem ameaça ou violência física na relação familiar. Entre as providências, a vítima pode solicitar que o agressor não se aproxime dela, filhos ou de outros familiares.

Para a delegada Patrícia Zimmermann, coordenadora da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Santa Catarina, mulheres com medidas protetivas devem “redobrar a atenção” em certos momentos.

“A gente tem visto que muitos feminicídios ocorrem quando estão no rompimento da relação, ou quando a mulher vai constituir uma nova relação, ou na questão de disputa de bens”, informou.

A advogada Tammy Fortunato, especialista em questões de gênero, diz que a medida foi criada para proteger, de forma rápida e eficaz, a mulher de futuras agressões, além de afastar o agressor dela, mas observa que não garante apoio incondicional.

“Muitas vezes, essas mulheres ficam com a protetiva em mãos, mas acham que aquilo garante uma espécie de cápsula protetora, como se, com aquele papel, o homem não fosse se aproximar. A gente sabe que, na verdade, essa medida protetiva é só um papel. Em caso de descumprimento, ela tem que acionar a polícia”, contextualiza.

Com informações Oeste Mais 

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