O rio Tubarão e o Rio Araranguá transbordaram por conta das chuvas registradas desde o último dia 2 de maio. Em Tubarão, as águas chegaram até a região central da Cidade Azul e diversas pessoas deixaram as suas casas. A geografia das cidades pode impactar nos acontecimentos, explica especialista da Epagri de Santa Catarina.
Diante do cenário que une fortes chuvas com as águas de rios catarinenses que transbordaram, o programa Cidade Alerta buscou informações sobre o motivo para o fenômeno.
Para os esclarecimentos, Guilherme Miranda, pesquisador de hidrologia da Epagri de Santa Catarina, foi entrevistado. Miranda explica que a resposta é a própria geografia das cidades.
Em Araranguá, há uma bacia hidrográfica com “escarpa”. O pesquisador explica que há uma alta declividade com cerca de 20 km da Serra fazendo com que a água escorra.
“A resposta devida a essa alta declividade em um trecho muito pequeno faz com que a água escorra de maneira rápida. Depois ela pega toda a planície como em Limeira, Maracajá, Turvo e também Criciúma até chegar a Araranguá”, explica.
Guilherme conta que após esse trecho a água pode encontrar o oceano, fazendo com que seja escoado de maneira mais devagar. “Todas as águas que vem de Anitápolis, São Martinho e Orleans, vão para Tubarão. (…) represando e não deixando essa água escoar. Isso é uma questão natural por conta da declividade do solo que é baixa”, diz.
Em relação ao Vale do Rio do Peixe, Miranda explicou que houve uma concentração de chuva principalmente na parte de cima da bacia. Como choveu nas cabeceiras um volume significativo de mais de 200mm nas últimas 120h, o rio do peixe foi estrangulado em algumas localidades. Eles têm pequenas centrais hidrelétricas que represam a água e retardam o escoamento”, reitera.
Sobre a cidade de Joaçaba, que também foi muito afetada pelas chuvas, o pesquisador afirmou que “há cotas bem significativas chegando a nove metros, fazendo com que ocorresse alagamentos na cidade”, explicou.
Em um informe divulgado nesta sexta-feira (6), a Defesa Civil de Santa Catarina explicou que os rios já estão voltando ao seus níveis normais. O informe explica que não há, no momento, atuação de nenhum fenômeno meteorológico no Estado. A pasta afirma no mesmo documento que não há avisos vigentes de riscos de nenhuma natureza.