Muitas coisas podem ser consideradas as ‘vilãs’ do bolso dos brasileiros. Em 2021 diversos itens passaram por reajustes e afetaram o orçamento das famílias. Um desses itens, com toda a certeza, foi a gasolina. Somente em Santa Catarina, em 12 meses, o combustível teve um aumento de R$ 2,20.
Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Conforme as informações, em dezembro de 2020 o preço médio da gasolina comum no Estado era de R$ 4,33. Em dezembro de 2021, conforme a pesquisa feita até o dia 25, o preço médio passou para R$ 6,53.
O aumento acompanha o cenário nacional. Analisando os dados do país inteiro no mesmo período, a gasolina comum registrou um aumento de R$ 2,20, quando passou de R$ 4,48 em dezembro de 2020 para R$ 6,68 em dezembro deste ano.
O aumento de mais de 60% nos preços praticados pelos postos se sobressai ainda mais quando são comparados os dados do período anterior. Entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020 a variação da gasolina foi de apenas R$ 0,20.
Grande Florianópolis com maior variação
Ao longo do ano 21 municípios foram pesquisados, mas somente sete apareceram nas pesquisas durante todos os 12 meses. Dentre eles, o que teve maior variação nos preços foi Biguaçu, na Grande Florianópolis.
O município saltou de R$ 4,43 em dezembro de 2020 para R$ 6,67 para dezembro de 2021. Fecham o pódio os municípios de São José, com aumento de R$ 2,23 e Palhoça, com aumento de R$ 2,22 no mesmo período.
Aumento impactado pela política de preços
O economista e professor universitário Ralf Ehmke explica que esse aumento é reflexo do impacto da alta na inflação que acometeu o mundo todo, mas também da política de preços aplicada pelo governo federal.
Para 2022, o professor acredita que o cenário se mantenha. “Pouco se pode estimar o que vai ocorrer para o próximo ano em função do preço do barril do petróleo, a não ser que haja uma mudança na política dos preços”, afirma.
Variação afeta trabalho de motoristas
A variação nos preços afetou principalmente aqueles que utilizam o veículo como ferramenta de trabalho e tem na gasolina um item necessário.
Andreia Aparecida Alexandre é motorista de aplicativo há cerca de um ano e meio e, para conseguir manter o negócio rentável, precisou esticar a jornada de trabalho de sete para 12 horas diárias. “Dependendo do dia, para compensar mesmo, tem que trabalhar até mais (horas)”, conta.
Onde a gasolina está mais cara?
Em dezembro a ANP realizou pesquisa em 20 municípios catarinenses. A gasolina comum mais cara foi encontrada em Concórdia, onde o preço médio ficou em R$ 6,74. Já o título de gasolina mais barata do Estado ficou com Criciúma, que registrou um preço médio de R$ 6,30.
Com informações ND Mais