Caminhoneiros se preparam para uma paralisação nacional nesta segunda-feira (1º). Em Santa Catarina, segundo o presidente do Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Navegantes e Região), Vanderlei de Oliveira, até o momento, a categoria se mobiliza em pelo menos três municípios.
A concentração começou por volta das 8h no Posto Mini no km 7 da BR-470, na entrada de Navegantes. A mobilização também ocorre no Posto Santa Rosa, em Itajaí e na entrada da cidade de Itapoá.
“Está chovendo, então, a adesão ainda está baixa. Mas marcamos para as 8h. Vão ter faixas, carros de som e panfletagem com os motoristas sobre as reivindicações”, explicou Vanderlei.
A ideia, segundo ele, é abordar somente os caminhões de carga que passarem pelos pontos de paralisação. O presidente do Sinditac não soube estimar quantos caminhoneiros devem aderir ao ato.
“Será uma greve sindicalista. Não adianta caminhoneiro parar e a população ir para o posto. É só estresse para a população”, diz Jackson Schubert, de Joinville. O caminhoneiro Jair Ferraz compartilha do posicionamento: “aqui em Araranguá não tem nada”.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) informou que, até as 8h30, o trânsito fluía normalmente em todas as rodovias federais de Santa Catarina.
Entidades não apoiam
As manifestações, que aderem à paralisação nacional, não têm o apoio da Fecam (Federação Catarinense dos Municípios) nem do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Itajaí e Região. Para Francisco Biazotto, presidente da Fecam, é necessário uma solução para as taxas de frete e diesel, mas a paralisação não é a solução.
“A posição da Fecam depende da Confederação Nacional dos Municípios. Tivemos uma reunião na última quarta-feira (27), e ela não está apoiando o movimento e se ela não apoia, nós também não apoiamos. Esse movimento pode ter o apoio de alguns sindicatos, mas nós, como organização, não apoiamos. Entendemos que é necessário uma solução para o frete e diesel, mas a paralisação não é a solução”, destacou Biazotto.
Paralisações pelo Brasil
O CNTRC (Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas), a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) e a Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores) assumiram a frente do movimento nacional.
Desde a madrugada desta segunda, mobilizações de caminhoneiros foram registradas às margens da BR-116/RJ (Dutra), altura da Rodoviária de Barra Mansa, e às margens da BR-153/GO, próximo a Goiânia. Houve, ainda, pontos de concentração na BR-116/CE, em Itaitinga, na BR-101/RJ, em Rio Bonito, no Trevo de Ijuí, na BR-285 com a RS-242, no Rio Grande do Sul e no Porto de Santos (SP).
O que reivindicam os caminhoneiros
Dentre as bandeiras dos caminhoneiros estão o cumprimento do valor mínimo do frete rodoviário, a aposentadoria especial para a categoria (aos 25 anos de trabalho) e a mudança na política de preços para combustíveis da Petrobras para reduzir a flutuação do diesel.
A categoria ataca a política de PPI (preço de paridade de importação), adotada pela Petrobras, e propõe a política de PPE (preço de paridade de exportação), baseada exclusivamente em custos nacionais.
Justiça proíbe bloqueios
Uma decisão da juíza Giovanna Mayer, da 5ª Vara Federal de Curitiba, despachada neste sábado, proíbe o bloqueio de trechos da BR-101, em Santa Catarina, e da BR-116 e BR-376, no Paraná, durante manifestações marcadas para segunda.
Os trechos com proibição de bloqueio são: BR-116/PR, do km 71,1 até km 115,1; BR-376/PR, km 614 até km 682,20; BR-101/SC, do km 0,00 até km 244,680.
Em caso de descumprimento, a juíza de Curitiba fixou multa no valor de R$ 500 por indivíduo e por hora, independentemente das demais sanções cabíveis pelo descumprimento da ordem judicial.