Um relato chocante de uma nutricionista de Joinville, no Norte de Santa Catarina, comoveu usuários de uma rede social nesta quarta-feira (24).
De acordo com a publicação, Verônica Petry Nunes atendeu uma criança de 10 anos em situação de desnutrição que não estava mais aceitando comida. O menino confessou à nutricionista que parou de comer porque sabia que a comida está cara no mercado.
A publicação viralizou nas redes sociais e, na tarde desta quinta-feira (26), já estava com 255 mil curtidas.
Após a repercussão, a nutricionista lançou uma vaquinha para arrecadar dinheiro para alimentos a famílias em vulnerabilidade social. O valor vai para o Comitê Solidário de Joinville, que ficará encarregado de distribuir todas as cestas básicas.
A inflação vem subindo com frequência no Brasil. Na segunda-feira (23), a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo subiu de 7,05% para 7,11%. É a vigésima elevação consecutiva na projeção neste ano.
A reportagem do ND+ buscou com a prefeitura informações sobre casos desnutrição no município, mas não houve confirmação dos dados até o final da publicação.
Situação é evidente
A nutricionista materno-infantil Tatiane Sesering, que também atua em Joinville, conta que casos assim estão sendo mais frequentes e envolvem diferentes contextos.
Há cerca de um mês, ela atendeu uma criança de 11 anos que comia praticamente só biscoitos. “Me preocupou muito. Depois falei com a mãe que, para uma criança de 11 anos, ela está muito preocupada com o preço das coisas”, comentou.
Ela afirmou que tem recebido muitas crianças que, durante a pandemia, passaram a se alimentar pior. “É lá que muitas têm a única refeição do dia ou a única refeição nutritiva do dia”, explica.
Para tentar contornar a situação, que, de fato, é problemática, ela sugere formas de reutilizar alimentos. Talos e folhas de verduras, por exemplo, podem ser usados para outras receitas. O mesmo acontece com cascas de frutas, como de banana.
Feijão e arroz é bom, mas não só isso
Arroz e feijão é uma dupla adorada e é valiosíssima na dieta dos brasileiros. Tatiane ressalta, no entanto, que se limitar a esses alimentos pode ser prejudicial à saúde.
“Quando a gente restringe a poucos alimentos, a criança se torna mais seletiva, e seletividade é inimiga da diversidade”, contextualiza. “A gente sabe que os micronutriente, que são as vitaminas e os minerais, estão presentes em uma gama de alimentos”, completa.
Com informações ND Mais