Mais um caso da variante Delta da Covid-19 foi confirmado em Santa Catarina. Nesta quarta-feira (28), a Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) confirmou dois casos da variante, um em São Francisco do Sul e outro em Itajaí.
O caso de Itajaí foi confirmado no dia 3 de julho. Trata-se de um homem de 49 anos com histórico de viagem para a Indonésia. Ele testou negativo no dia 25 de junho, e chegou ao Brasil sem sintomas da doença, no dia 28 de junho, pelo aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O homem começou a sentir sintomas leves no dia 1º de julho, e foi identificado pelo acompanhamento de viajantes realizado pela secretaria Municipal de Saúde.
Uma nova coleta, feito no dia 2 de julho, teve resultado positivo pelo Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública) no dia 3, e foi encaminhado para sequenciamento genômico na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), do Rio de Janeiro. O paciente permaneceu em isolamento e monitoramento conforme orientações da Vigilância Epidemiológica.
Todos os viajantes internacionais que passam pelos aeroportos com destino à Santa Catarina e outros estados do país seguem um protocolo de isolamento e são acompanhados pela Gerência Regional de Saúde.
Em nota, a prefeitura de Itajaí informou que adotou todas as “medidas sanitárias e de prevenção necessárias para controle, monitoramento e isolamento do paciente positivo, um viajante que contraiu a doença fora do país, bem como seguiu as orientações do governo do Estado”.
“O município segue adotando todas as medidas preventivas necessárias para evitar a propagação da variante”, conclui a nota. A prefeitura não informou qual o atual estado do paciente e qual bairro da cidade ele mora.
Com este caso, e o de São Francisco do Sul, Santa Catarina possui sete casos confirmados da variante Delta.
Dúvidas sobre a variante
De acordo com o médico infectologista da SES (Secretaria de Estado da Saúde), Marcelo Mulazani, a mutação do vírus é um processo natural decorrente da rápida multiplicação desses organismos. Essas transformações desencadeiam mudanças no código genético que podem ou não ser benéficas para os vírus.
No caso do coronavírus, a variante Delta (inicialmente conhecida como “indiana”) possui mais condições de transmissibilidade que as anteriores. Entretanto, estudos não apontam diferenças acentuadas nos sintomas manifestados, tampouco maior ou menor grau de letalidade.
Se comparado com a cepa Alfa (britânica), que foi a primeira, a Delta é ainda mais transmissível, ou seja, tem maior capacidade de entrar na célula.
“Não conseguimos fazer a diferenciação entre as variantes apenas pelos sintomas, porque eles são muito semelhantes e cada organismo responde a um agente infeccioso de maneiras diferentes. O que se tem observado é que a variante Delta costuma manifestar menor perda de olfato e menos tosse”, relata o médico.
Vale lembrar, porém, que como a variante Delta é mais transmissível, pode contaminar um grupo maior de pessoas, em que indivíduos não imunizados ou com comorbidades podem desenvolver formas mais graves da Covid-19.
Com informações ND Mais