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Diversidade e inclusão: Acadêmico surdo da Uniarp defende TCC em Administração

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No sábado, 10, o acadêmico do curso de Administração da UNIARP, Luiz Carlos Pereira, defendeu seu TCC “Diversidade e inclusão: desafios para a acessibilidade do surdo no mercado de trabalho”. O acadêmico apresentou e defendeu o TCC com o apoio da intérprete em LIBRAS, Professora Dayane Ebert da Silva.

Luiz iniciou o curso de Administração na Universidade em 2015 e sempre foi reconhecido por seu esforço de adaptação, perspicácia e inteligência. Seu rendimento sempre foi satisfatório e as dificuldades encontradas pelo fato de ser surdo nunca foram obstáculo para que ele chegasse a seus objetivos.

Os professores do curso comentam que, muito mais que ensinar ao Luiz, aprenderam muito sobre adaptação, respeito, proatividade e sobre força de vontade.

A professora Sandra Mara Bragagnolo, coordenadora do curso de Administração, que também participou da banca avaliadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Luiz Carlos, diz que o curso teve o privilégio de ser o escolhido por ele; e que seu TCC mostra o quanto é digno de receber, em breve, o título de Bacharel em Administração.

A professora Sandra comenta ainda que “a lição que fica com a pesquisa do acadêmico é a de que é necessário um olhar atento de gestores, para que a inclusão aconteça de forma efetiva nas organizações de trabalho, não somente um mero preenchimento de cotas”. Ela lembra, ainda, que “há uma citação no trabalho do Luiz que deixa claro o quanto é necessário saber a diferença entre diversidade e inclusão: ’Diversidade é chamar para a festa, inclusão é convidar para dançar’ (VILLALVA, 2020, n.p)”.

O Trabalho do acadêmico aborda a diversidade com o objetivo de investigar como tem sido realizada a inclusão, a valorização da pessoa surda nas organizações. Luiz afirma que “a pessoa com deficiência, muitas vezes, é vista como incapaz para realizar atividades que exijam maior responsabilidade, porém, ao realizar essa pesquisa, entende-se que existem muitos surdos com graduação, mas que, por falta de oportunidade ou até mesmo preconceito, estão há anos ocupando o mesmo cargo”.

Luiz afirma, ainda, que, da mesma forma que os entrevistados, também é surdo profundo, e que, agora, ao concluir um curso superior, muitos pontos de interrogação passam a surgir, porque toda e qualquer pessoa, ao terminar sua graduação, sonha em exercer a função para a qual passou vários anos se preparando. “Muitos saem da faculdade trabalhando na área pretendida, porém, o surdo, prestes a receber o diploma tão sonhado, pensa: Como será daqui pra frente? A pessoa com surdez, tendo um diploma de administrador nas mãos, terá uma oportunidade para mostrar que tem capacidade e a mesma chance de crescimento que os demais?”, escreve Luiz.

A intérprete Dayane ressalta o quão importante foi para a vida do Luiz passar por uma formação acadêmica, pois, ao iniciar o curso, não tinha noção ainda do que realmente seria uma vida de estudos ou, ao menos, que poderia chegar ao final e com grande êxito. Hoje se percebe um grande crescimento na vida pessoal e profissional dele, e isso só foi possível pela abertura e inclusão realizada pelo grupo do PAD (Programa de Atendimento à Pessoa com Deficiência) da Uniarp, coordenado para professora especialista Sandra Elisa Muncinelli. Esse programa atende não somente pessoas com surdez, mas qualquer tipo de deficiência e que resultados como aconteceu na vida do Luiz são o que os torna mais fortes e motivados a continuar.

O trabalho da inclusão não acontece apenas com a interpretação de uma aula, porém a intérprete ou segunda professora faz parte de uma grande história de conquista e superação na vida de cada um. Hoje o Luiz está concluindo uma fase que foi um divisor de águas na vida dele, porém o desejo de todos do grupo e da instituição é que, em breve, possa ter uma oportunidade para exercer a sua profissão. Para isso acontecer, é necessário que “uma organização o chame para dançar”.

 

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