Passadas as 95h sem energia elétrica, com tudo já reestabelecido, resta agora somar os danos e prejuízos causados pelo apagão. Muitos comerciantes e empresas tiveram percas de produtos, outros tiveram que se readequar a realidade do final de semana.
A presidente interina da Celesc, Claudiane Anchite, em entrevista à Rádio Caçanjurê, esclareceu algumas dúvidas quanto ao ocorrido na sexta-feira, 28, à noite. Segundo ela, por mais que a Evoltz seja uma empresa privada, a Celesc e Aneel acompanhou de perto os trabalhos de recuperação da linha de transmissão destruída pelo tornado.
“Agora, a Celesc está reunindo todas as informações do fenômeno para prestar todos os esclarecimentos à sociedade como um todo sobre o que ocorreu e o que precisa fazer para solucionar”, disse.
Claudiane explica ainda que essas grandes linhas são como artérias que levam a energia da fonte, ou seja, das usinas para a estações de distribuição. Ela comentou também que Caçador foi a mais afetada pelo apagão por não ter como remanejar a carga de energia, como ocorreu nos municípios vizinhos.
Segundo a presidente, essas grandes linhas são de responsabilidade do Governo Federal, que leiloa para empresas, como esta de Campos Novos, que ficou sob responsabilidade da empresa Evoltz, qual possui linhas de transmissão em vários Estados.
“Em 2019, o Governo Federal leiloou uma linha de transmissão que liga Abdon Batista a Videira. Entretanto, esta linha só entrará em funcionamento em 2023. Até lá, a empresa vencedora do certame terá que construir a linha”, explicou.
Quanto a colocar linhas alternativas, a presidente esclareceu que não depende da Celesc, por ser de responsabilidade do Governo Federal, através da Aneel. Esta que irá fazer um estudo de viabilidade e planejamento para ver se é viável a construção ou não de nova linha na região. A participação da Celesc, neste caso seria de auxílio no investimento.
Conforme Claudine, a empresa Evoltz é uma empresa ligada a Aneel e não precisa se reportar à Celesc. Para a distribuição de energia, é dividido em blocos, que é a parte da geração de energia na usina, a parte da transmissão de energia e por fim a parte da distribuição que é a parte responsável pela Celesc.
A presidente explicou ainda sobre a linha de transmissão destruída no ano passado, em Tangará. Para ela, esta linha que está em manutenção não poderia ser usada como plano B se estivesse em funcionamento. “Esta linha não conseguiria atender a demanda que precisava. Talvez poderia amenizar, mas a possibilidade era remota. A região é muito grande e esta linha não teria carga o suficiente para atender”, disse.
Já na situação que é de responsabilidade da Celesc, a presidente comentou que estão fazendo investimentos em linhas de distribuição, aquela que sai da subestação até a casa do cidadão, como está ocorrendo entre Videira e Fraiburgo.
Para 2021, estão previstos R$ 720 milhões de investimentos em redes e ampliação de subestação. Este investimento acontecerá em todas as regiões, incluindo Caçador e Videira.
“Aos consumidores, a Celesc está de portas abertas para atender a população como um todo. Desde o momento do tornado, a Celesc vem trabalhando junto a Evoltz e Aneel para solucionar o problema, assim como dar assistência a todos. Desde aquele momento vínhamos atendendo prefeitos e lideranças e estávamos engajados em reestabelecer a energia no espaço de tempo mais breve possível”, disse.
Quanto aos clientes da Celesc que tiveram danos e percas, principalmente na questão de eletrodomésticos, podem se dirigir até um escritório da Celesc e receber todas as orientações, pois tem um canal para ressarcimento.