Dados preliminares da fase 3 dos estudos da Covaxin indicaram que a vacina apresenta eficácia de 100% para evitar casos graves de Covid-19. O imunizante tem 78% de eficácia geral. Os fabricantes confirmaram a informação nesta quarta-feira (21).
O estudo de fase 3 envolveu 25.800 participantes entre 18 e 98 anos, incluindo 10% acima dos 60 anos, com a análise sendo conduzida 14 dias após a segunda dose.
“Estou muito satisfeito em afirmar que a Covaxin teve uma eficácia de 78% na segunda análise provisória”, disse Balram Bhargava, chefe do Conselho Indiano de Pesquisa Médica, que criou a vacina com a Bharat Biotech.
O resultado preliminar apontou que a Covaxin teve impacto na redução de hospitalização por Covid-19 e sugere que provoca diminuição da transmissão.
“Também estou contente porque a Covaxin mostrou que funciona bem contra as variantes do Sars-CoV2. Os dados reforçam que a nossa vacina pode ser também um imunizante global”, comentou o professor Bhargava, reforçando que a expectativa é que em junho sejam publicados os resultados finais de eficácia e segurança.
A Covaxin é a única vacina contra a Covid-19 desenvolvida internamente na Índia e mais de 60 países já demonstraram interesse em adquirir o imunizante, incluindo o Brasil.
O governo federal até já comprou 20 milhões de doses dessa vacina, por cerca de US$ 14 cada unidade. No total, a transação soma R$ 1,6 bilhão, mas o pagamento só será feito após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberar o uso do produto, o que ainda não ocorreu.
Autorização excepcional rejeitada pela Anvisa
No final de março, a Diretoria Colegiada da Anvisa rejeitou a solicitação do Ministério da Saúde para autorização excepcional e temporária para importação e distribuição da vacina Covaxin/BBV152.
“Os dados apresentados não fornecem informações para sabermos a qualidade e eficácia da vacina contra Covid-19. Não conseguiu demonstrar que o produto cumpriu o requisito de lei. O importador não apresentou todos os documentos necessários”, explicou o relator Alex Machado Campos, diretor da Anvisa.
Até então, a Anvisa só tinha em mãos dados da primeira análise, divulgada no início de março, que havia mostrado uma taxa de eficácia de 81%. Na ocasião, a análise foi baseada em 43 casos de pacientes com Covid-19 que apresentaram sintomas que variavam de leve a moderado e grave. Do total de casos, 36 eram do grupo placebo, enquanto sete casos eram daqueles que receberam a vacina.
A notícia da eficácia da Covaxin chega em um momento em que o quadro da Covid-19 continua bastante grave na Índia. De acordo com a imprensa local, o país registrou nas últimas 24 horas seu recorde de 2.023 mortes pela doença, com quase 300 mil novas infecções nesta quarta (21), também um recorde, segundo o jornal The Times of India.
O país ainda enfrentou um episódio de vazamento de um tanque de oxigênio em um hospital, o que resultou na morte de 22 pacientes na cidade de Nashik.
Com informações ND Mais