O procurador-Geral de Justiça, Fernando Comin, conversou pela primeira vez nesta quinta-feira (4) com representantes das entidades empresariais após a recomendação de lockdown, feita pelos órgãos de controle, que foi rechaçada pelo setor econômico. O chefe do MPSC ressaltou que, se a situação continuar crítica no Estado, a restrição de atividades pode ser judicializada.
– O lockdown tem que ser o botão vermelho, a última alternativa, mas a continuar neste ritmo da doença não estou enxergando outra alternativa – afirmou Comin.
O procurador falou sobre o cenário da pandemia, vida e morte, numa conversa franca e transparente. O encontro foi virtual, e reuniu entidades como Fiesc, Facisc, Fecomércio, Fampesc, FCDL, Faesc, Fetrancesc e Ocesc. Foi uma tentativa do MPSC de sensibilizar o empresariado para o momento preocupante que o Estado atravessa. Um dos pontos abordados foi a pressão sobre o sistema de saúde. Comin apresentou os dados de ocupação de leitos e de fila de espera por vagas de UTI.
O procurador relatou que o número de catarinenses à espera de um leito de UTI subiu 30 para 280 em apenas uma semana – e alertou que tamanha demanda afeta não apenas o atendimento dos pacientes com Covid-19, mas todos os atendimentos de emergência. Comin disse, ainda, que a prova do colapso no sistema de saúde de SC é o envio de pacientes de SC para o Espírito Santo.
O procurador sinalizou aos empresários que o Ministério Público está atento aos protocolos e cuidados que foram tomados pelo setor produtivo ao longo do tempo, e reconheceu os esforços. Mas disse que o Estado registrou desrespeito às regras por parte de quem aglomerou em baladas e festas clandestinas, que levaram ao descontrole.
– Temos que ter solidariedade e humanidade para buscar uma solução que contemple as preocupações do setor produtivo, que são justas, mas que reduza o tormento dessas pessoas que estão na fila por uma vaga de UTI, que possamos salvar vidas.
O encontro terminou com um pedido de apoio do Ministério Público às entidades, para que apoiem o Estado na ampliação da capacidade de atendimento na rede privada, com a transformação de leitos clínicos da rede privada em vagas de UTI para pacientes com Covid-19.
Com informações NSC Total