Santa Catarina divulgou a ampliação da população prioritária para receber a vacina contra o novo coronavírus baseado no Plano Nacional de Imunização (PNI). Com a atualização divulgada na terça-feira (16), pessoas com deficiência grave, em situação de rua, presos, quilombolas, forças armadas, profissionais do transporte coletivo, caminhoneiros e trabalhadores portuários e da construção civil foram incluídos nos primeiros grupos para a imunização.
O novo plano foi atualizado após o movimento do governo federal, que ampliou o grupo no PNI no fim de janeiro. Embora esses grupos sejam prioritários, o governo catarinense admitiu que há lentidão no processo de vacinação até o momento. Também não há previsão de quando novas remessas dos imunizantes chegarão ao estado.
No total, a nova estimativa prevê vacinar 2.898.763 pessoas, de forma gradual e escalonada, de acordo com o recebimento das vacinas que serão encaminhadas pelo Ministério da Saúde (MS). O número corresponde a 3% a mais do que o previsto no primeiro plano elaborado em dezembro de 2020.
Até segunda-feira (15), o estado aplicou 150.842 vacinas, sendo 130.338 referentes à primeira dose e 20.504, à segunda. A média de doses diárias é de 5.387. A expectativa do governo estadual é vacinar todo o grupo prioritário em 2021.
Em entrevista nesta manhã, o secretário de Estado da Saúde, André Motta, afirmou que busca mais doses da vacina, especialmente para moradores da Grande Florianópolis e do Oeste catarinense. Ambas regiões vivem momentos críticos em relação à ocupação dos leitos de UTI e ao aumento de casos da doença.
Sem fases, grupos serão chamados de acordo com novas doses
Além da ampliação dos grupos, outra mudança com o novo plano é que a vacinação não ocorrerá mais em fases. A estratégia ainda não está detalhada. Segundo o superintendente de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC), Eduardo Macário, os grupos vão ser chamados de acordo com chegada das novas doses de vacinas chegarem ao estado.
“O Ministério da Saúde tinha feito um planejamento inicial de que a vacinação se daria por etapas, mas como as doses estão chegando em quantidade muito reduzida, o ministério mudou a sistemática e passou a orientação de que a campanha vai ocorrer por grupos prioritários. À medida que cheguem novas doses vão sendo incorporados novos grupos prioritários”, disse.
No documento, o estado informou que segue a estratégia nacional e reforçou que o Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), é o responsável pela coordenação da campanha de vacinação.
Diminuição de pacientes com comorbidades
Se por um lado o estado ampliou a vacinação no primeiro momento para outros setores, o número de pacientes com comorbidades previsto para serem vacinados caiu mais que a metade. Foram excluídas 728.550 pessoas no novo documento.
Segundo Macário, essa redução ocorreu porque os novos números foram feitos com base em uma estimativa populacional do Ministério da Saúde, que é mais precisa.
O documento foi divulgado sem mencionar pacientes com câncer entre as pessoas que apresentam comorbidades e integram o grupo prioritário para receber a vacina. Questionado pela NSC, Macário admitiu a falha, disse que a intenção é repetir todas as comorbidades indicadas na estratégia nacional como prioridade e assegurou que a correção no plano será feita pela Dive-SC.
Comorbidades
No grupo de pessoas com comorbidades (item 12), as doenças prévias a serem consideradas incluem diabetes, doenças pulmonares, hipertensão, doenças cardiovasculares, renais, anemia, obesidade mórbida, Síndrome de Down e imunossuprimidos, no qual entram pessoas transplantadas e doenças reumáticas. Segundo a Dive, os pacientes com câncer serão incluídos neste item.
Com informações G1 SC