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Mutações do coronavírus podem explicar número de jovens mortos no Sul de SC

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Ramon Magagnin, Rafael Boeing Silvano, Aislan Crozeta Corrêa e Deison Freitas são as vítimas mais jovens da Covid-19 em Santa Catarina. Em comum, além da idade entre 32 e 37 anos, todos moravam no Sul do Estado.

A região concentra duas tristes estatísticas. É a que mais tem mortes em razão do novo coronavírus, são 15 no total, e a que tem a maior taxa de morte de jovens em Santa Catarina.

De acordo com o último boletim da Secretaria de Estado da Saúde, divulgado na noite dessa segunda-feira (27), 44 pessoas perderam a vida em decorrência no novo coronavírus. A maioria é de idosos com mais de 60 anos, considerados do grupo de risco.

Por que jovens estão morrendo no Sul do Estado?
No caso da população mais jovem, Santa Catarina registrou mortes de pessoas na faixa etária dos 30 aos 39 anos. O caso emblemático é de Aislan Crozeta Corrêa.

O representante comercial de 32 anos morreu no dia 4 de abril, em Içara. Como Aislan era morador de São Ludgero, a morte foi computada ao município. Segundo a família, ele tinha um vida ativa, praticava esportes e não tinha doenças preexistentes.

O caso de Aislan foge do que é considerado quadro de risco para a doença e levanta uma questão sobre o por quê da morte de jovens na região. Uma das hipóteses levantadas é uma mutação no genoma do vírus.

Mutações do vírus podem justificar casos
Passível de mutações, o SARS-CoV-2 — vírus que causa a Covid-19 — é estudado por pesquisadores do mundo inteiro. Atualmente, é possível identificar, por exemplo, a origem genética do vírus.

Isso significa que se pode saber se o vírus que circula em determinada região veio da China, Estados Unidos ou Itália.

Professor da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), o virologista Daniel Mansur comenta que qualquer parte do genoma do vírus pode sofrer mutações aleatoriamente. Contudo, nem todas elas causam necessariamente algum malefício ao ser humano.

Uma mutação pode fazer com que um vírus passe a infectar mais uma determinada parcela da população. O que se sabe até agora, no caso da Covid-19, é que ela é mais grave em idosos, mas isso não impede que uma mutação possa alterar esse quadro.

Isso poderia justificar, por exemplo, o número de casos de mortes de jovens ser maior no Sul do Estado. Uma mudança em alguma parte do vírus poderia tê-lo tornado mais letal ou mais contagioso a essa população.

O que ajuda a determinar a veracidade dessa hipótese é, segundo Mansur, a comparação do genoma dos mortos na região afetada. Segundo ele, esse fator é fundamental para embasar pesquisas e medidas sobre o tema.

Em entrevista coletiva no dia 9 de abril, o secretário de Estado da Saúde Helton Zeferino, foi questionado sobre o número elevado de mortes no Sul do Estado. Ele lamentou os números, mas disse que o foco do governo no momento era em montar estruturas para combater a doença.

“A nossa epidemiologia está levantando não só a questão da região, mas especialmente da idade dos nossos pacientes. Nós temos alguns pacientes que foram acometidos infelizmente com óbito, que estão fora daquela curva natural que nós temos dos mais acometidos”, disse.

Estado não faz pesquisas sobre mutação
A reportagem do nd+ questionou o governo de Santa Catarina sobre estudos para entender as mutações do novo coronavírus. Foi perguntado também se está sendo realizado o sequenciamento genético dos mortos pela Covid-19.

Em resposta durante coletiva de imprensa nessa segunda-feira (27), Zeferino disse que, no momento, não há nenhum estudo do Estado sobre as mutações do vírus. O que existe, segundo o secretário, são pesquisas sobre a produção de vacinas e medicamentos contra a Covid-19.

A justificativa é que Santa Catarina ainda vive a primeira onda de contágio viral e que estudos sobre possíveis mutações acontecem em outras fases de propagação.

Importância do sequenciamento
O sequenciamento dos genomas é fundamental para que, no futuro, vacinas possam ser destinadas corretamente às populações de maior risco.

O virologista Daniel Mansur explica que, se for determinado que a doença afeta mais jovens, os cuidados com a vacina são diferentes em relação à população idosa.

“Quando se faz uma vacina para idosos, tem de se pensar em coisas a mais, porque o sistema imunológico é mais deficitário. É importante que se tenha o dado sobre qual é o grupo que precisa”, comenta.

Ainda não há uma vacina contra o novo coronavírus, mas estudos estão sendo desenvolvidos em diversos países do mundo. A previsão é que uma imunização em massa seja feita em até dois anos.

Com informações ND Online 

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