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Todos podem desenvolver casos graves de Covid-19, diz infectologista

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Apesar dos idosos e pessoas com doenças crônicas serem o grupo mais vulnerável à Covid-19, a doença pode evoluir para casos graves em qualquer faixa etária. A afirmação é da médica infectologista da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, Regina Valim.

Após o Estado registrar duas mortes na faixa etária dos 30 anos, envolvendo pessoas aparentemente saudáveis e sem registros de doenças prévias, fica a dúvida do porquê isso aconteceu. Entretanto, segundo a médica, ainda não se sabe muito sobre a patogenia do novo coronavírus, ou seja, como ele evolui à gravidade.

“Sabemos como ele faz a ligação com nosso corpo, de que forma se dissemina no organismo, mas não porque evolui em alguns casos e outros não. Nem sei se vamos ter essa resposta”, afirma a médica. “Se pegarmos duas pessoas com 35 anos de idade com o mesmo perfil imunológico, uma pode apresentar sintomas leves e outra evoluir para um caso grave da doença”, diz.

Desse modo, segundo a infectologista, o mais importante é ter em mente que todos são suscetíveis a casos graves da doença, inclusive as crianças.

Mutação

Para Regina Valim, é evidente que o novo coronavírus tem capacidade de mutação elevada e adaptativa muito grande. “Se ele sofreu alguma mutação na região dos trópicos foi muito pequena e tem mais a ver com sua adaptação ao novo clima”, opina.

Assim, mesmo que a maioria dos casos de Covid-19 confirmados em Santa Catarina estejam na faixa dos 30 aos 39 anos de idade, não é muito provável que isso se deva a uma mutação viral. “O que podemos pensar é que esse público está mais exposto, enquanto os idosos e grupos mais vulneráveis estão em isolamento em casa”, aponta a médica.

Novos protocolos e investigação das mortes

“Nos casos dos óbitos desses jovens na faixa dos 30 anos, não sabemos se no momento em que procuraram atendimento estavam com poucos sintomas. Nessa hipótese, a indicação é ficar em casa mesmo”, avalia.

“Outra possibilidade é a de que o vírus foi provocando lesões sem sintomas de gravidade. Em pulmões funcionando melhor, também pode ter havido um atraso na percepção dessa gravidade e, muitas vezes, a doença evolui muito rápido”, diz.

A infectologista lembra que a Anvisa autorizou protocolos com hidroxicloroquina associado a antibióticos e várias UTIs (unidades de tratamento intensivo) já estão realizando esses tratamentos. Outros estudos, diz Valim, abordam o uso de corticoides em pacientes com quadro inflamatório grave, principalmente nos casos pulmonares com reação inflamatória intensa, os quais poderiam se beneficiar com esses remédios.

“Estamos fazendo levantamento dos casos que foram a óbito, justamente para saber se essas pessoas chegaram a fazer uso de alguns desses medicamentos ou não”.

“Por fim, há a hipótese de que pessoas que se infectaram com carga viral maior podem ter uma resposta inflamatória mais intensa e quadros mais graves,também. Mas são tudo hipóteses, que podem acontecer”, afirma.

Embora já tenhamos convivido com outras epidemias pequenas, como a Sars CoV (síndrome respiratória aguda grave, 2002) e a MERs (síndrome respiratória do Oriente Médio, 2012), essa pandemia traz um vírus diferente, com disseminação mais rápida do que o da influenza e com maior gravidade. “Infelizmente não temos todas as respostas, estamos aprendendo com a doença batendo na nossa porta”, finaliza.

Com informações ND Online 

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